Fitch mantém nota de crédito do Brasil
A agência de classificação de risco Fitch reafirmou ontem o rating BB do Brasil, com perspectiva negativa. Segundo a empresa, a nota do País é influenciada por fraquezas estruturais nas finanças públicas e pelo alto nível de endividamento, por perspectivas de crescimento ainda fracas e por indicadores de governança inferiores aos percebidos de outras nações.
De acordo com a Fitch, a perspectiva negativa reflete as incertezas contínuas em relação à força e à sustentabilidade da recuperação econômica do Brasil, as perspectivas de médio prazo para a estabilização da dívida, diante dos grandes déficits fiscais, e a falta de progresso em relação à reforma da Previdência no Congresso Nacional.
A agência espera uma retomada econômica moderada para o Brasil. Espera-se um crescimento de 0,6% neste ano e de 2,6%, em média, para 2018 e 2019. Esse resultado deverá ser apoiado pela inflação mais baixa, que impulsiona o poder de compra dos salários, e pela queda do desemprego. A Fitch ainda diz esperar uma alta dos investimentos nos próximos dois anos.
Contas públicas. A empresa apontou ainda que o déficit fiscal do Brasil é alto, apesar de estar caindo, refletindo especialmente a queda da taxa de juros. O déficit fiscal do governo deve cair para 8,5% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2017, para ficar em torno de 7% do PIB no ano que vem e no próximo.
De acordo com a Fitch, continua a pesar sobre a credibilidade fiscal do País o aumento das despesas obrigatórias e o desempenho da arrecadação, que frustraram a consolidação dos déficits primários, levando o governo a revisar para cima a meta do déficit fiscal duas vezes para o período de 2017 a 2020.