O Estado de S. Paulo

Príncipe quer sufocar o Irã

- / R.T.

Há um fator comum em todos os conflitos que assolam o Oriente Médio, seja no Iraque, no Líbano, na Síria ou no Iêmen: a ferrenha rivalidade entre Irã e Arábia Saudita. Os dois países se tornaram inimigos viscerais depois que a Revolução Islâmica de 1979 instaurou no país uma teocracia xiita. A expansão do regime dos aiatolás levou a Arábia Saudita a usar seu poder para impedir o domínio regional do rival. Por décadas, essa rivalidade inflamou a violência em regiões já atormentad­as pela guerra e criou novas zonas de conflito. O confronto direto, no entanto, nunca ocorreu.

Com a ascensão de Mohammed bin Salman e sua ambição de tornar a Arábia Saudita a potência hegemônica no Oriente Médio, Riad intensific­ou o patrocínio de Estados sunitas com populações xiitas, caso do Bahrein e do Iêmen, e apoiou milícias sunitas que lutam contra regimes apoiados pelo Irã, caso da Síria. A luta pela influência regional tende a aumentar, conforme MBS ganhe mais poder. Em entrevista­s recentes, MBS já deixou claro que não acredita na coexistênc­ia dos dois Estados.

Ao New York Times, em maio, ele disse: “Como é possível conversar e negociar com um Estado que prega uma ideologia extremista e quer espalhar sua visão do Islã pelo Oriente Médio?”.

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