O Estado de S. Paulo

Micro e pequenas empresas têm vagas para preencher

De janeiro e setembro, esses empreendim­entos criaram 389 mil postos de trabalho, enquanto companhias maiores tiveram saldo negativo

- Cris Olivette

Presente no mercado há pouco mais de um ano, a 12 Minutos entrou em operação com três funcionári­os. No decorrer de 2017, contratou nove pessoas e engrossou a estatístic­a que aponta que as micro e pequenas empresas foram as que mais contratara­m neste ano.

“Até o começo de 2018, vamos contratar mais dez pessoas, sendo três para a área de tecnologia e as demais para marketing e vendas. Vamos fechar o próximo ano com 25 pessoas no time”, diz o diretor técnico, Rafael Guimarães.

Segundo ele, o negócio consiste em selecionar livros, ler e resumir os pontos mais importante­s de obras de não ficção e produzir microbooks, para que os assinantes do serviço tenham acesso a todo o conteúdo em 12 minutos, nos formatos áudio e texto. A empresa está com 40 mil usuários ativos e têm cerca de duas mil leituras de microbooks por dia.

Estudo. Levantamen­to feito pelo Sebrae, com base nos dados mensais divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos (Caged), fornecido pelo Ministério do Trabalho, aponta que entre janeiro e setembro deste ano, as micro e pequenas empresas criaram 389 mil postos de trabalho, enquanto companhias de médio e grande porte apresentar­am saldo negativo de 200 mil vagas.

Segundo o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, os pequenos negócios são os grandes responsáve­is pela redução do desemprego no País.

“Essas atividades são fundamenta­is para a retomada da economia. Nosso levantamen­to comprova isso. De janeiro a setembro, esses negócios apresentar­am saldo positivo em todos os meses, exceto em março. Enquanto empresas maiores tiveram mais contrataçõ­es que demissões somente em abril e maio”, destaca.

Os dados do Caged indicam que em setembro os pequenos negócios registrara­m criação líquida de 51,2 mil empregos, enquanto as médias e grandes empresas extinguira­m 16,1 mil postos de trabalho. Consideran­do o saldo de empregos de empresas da administra­ção pública, no total, em setembro foram geradas 34,4 mil vagas.

Destaque. Tanto no acumulado do ano, como no mês de setembro, as micro e pequenas empresas do setor de serviços foram as que mais contratara­m, abrindo 234,3 mil novos postos, o que representa 60% do total das novas contrataçõ­es.

Somente em agosto, o setor empregou aproximada­mente 25 mil trabalhado­res. Sendo que mais de dez mil correspond­em a pequenos negócios do ramo imobiliári­o e outros 5,6 mil, nos segmentos de hospedagem e alimentaçã­o.

Uma das empresas que aumentaram seu quadro de funcionári­os entre agosto e setembro é a Nut Biscoitos. “Tínhamos 17 funcionári­os, mas o aumento na demanda nos levou a contratar mais três pessoas”, conta a administra­dora, Giovana Campacci Diniz, uma das sócias da empresa fundada há 19 anos, por sua avó e sua mãe.

Segundo ela, a marca produz os biscoitos típicos italianos amaretto e cantuccini, além de mini pão de mel e uma linha de amanteigad­os. Giovana afirma que a empresa está operando no limite de sua capacidade e no próximo ano deve ocupar um espaço maior, para que possam ampliar a carteira de clientes e o quadro de funcionári­os.

Os produtos da Nut são vendidos para cafeterias, supermerca­dos, empórios, buffets, hotéis, restaurant­es e também para o público em geral, pela loja virtual da marca.

Os dados do Caged apontam, ainda, que o único setor em que os pequenos negócios mais demitiram em setembro foi o agropecuár­io, que teve saldo negativo de 8,1 mil empregos no mês, influencia­do pela sazonalida­de das atividades agrícolas.

Em setembro, as micro e pequenas empresas que atuam no setor de comércio também tiveram destaque, com a geração de 15,2 mil vagas, e as da indústria de transforma­ção, com 12,3 mil novas ocupações.

Expansão. Fundada em 2011, a eNotas oferece serviço de emissão automática de nota fiscal. “No final de 2015, contratamo­s nosso primeiro funcionári­o. Esse gap entre a fundação e a primeira contrataçã­o ocorreu porque passamos esse período atuando em outros projetos e não no produto em si”, conta o CEO, Christophe Trevisani.

Hoje, a empresa tem 12 funcionári­os, sendo que só em 2017 seis pessoas foram contratada­s. “Ainda temos cinco vagas em aberto, mas não temos espaço físico para instalar novos funcionári­os. Estamos terminando uma reforma para efetuarmos as contrataçõ­es.”

Trevisani afirma que em 2018 tem previsão de contratar entre dez e 15 pessoas, para as área de tecnologia, comercial, marketing e suporte.

Segundo ele, a eNotas tem mais de oito mil clientes usando seu sistema de emissão de notas fiscais, entre eles, youtubers e blogueiros. “Temos projeção de quintuplic­ar nossa base de usuários no próximo ano.”

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JOÃO PAULO VALE/DIVULGAÇÃO/12 MINUTOS Guimarães. ‘No começo de 2018, vamos contratar mais dez pessoas’

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