O Estado de S. Paulo

O amigo ‘brasileiro’ sentirá falta

- / C. C.

O australian­o Daniel Ricciardo, da Red Bull, vai perder no próximo ano seu maior companheir­o de viagens, treinos físicos e de degustação de uísques japoneses. O piloto tem como melhor amigo na Fórmula 1 o brasileiro Felipe Massa, com quem aprendeu a gostar de brigadeiro, ouvir pagode, brincar com crianças e até alguns falar alguns palavrões (pesados) em português.

Considerad­o um dos mais simpáticos e irreverent­es da categoria, Ricciardo se divertiu ao contar para o Estado, durante entrevista nesta semana, detalhes sobre a amizade que tem com o piloto brasileiro. “A Raffa (mulher de Massa) faz um doce muito bom. É brigadeiro o nome, né? Eu aprendi também com o Felipe algumas músicas e alguns palavrões brasileiro­s, tipo...”, contou o bem humorado australian­o. Infelizmen­te, a sequência da frase é impublicáv­el.

Os dois pilotos são vizinhos em Mônaco e convivem juntos. Pela manhã, ambos vão à academia para fazer treinament­o físico, depois almoçam juntos. À tarde, a dupla vai para a musculação e, ao fim do dia, às vezes, até jantam no mesmo lugar.

Não raro Ricciardo passa horas com o filho de Felipe Massa, Felipinho, de sete anos, com quem já brincou de disputar uma corrida de carrinhos motorizado­s dentro de uma varada, segundo ele. A competição foi registrada em vídeo, inclusive.

Ricciardo diz gostar de conviver com o garoto para matar a saudade da infância na Austrália, onde cresceu cercado de primos. Apesar de ter o surfe como segundo esporte, a relação próxima com a família Massa lhe fez incorporar outro costume brasileiro, o de jogar futebol. Felipinho Massa o ensinou.

“Com o Felipe é assim: quando não estamos treinando, estamos comendo. Vou sentir falta dele na Fórmula 1, mas fico feliz que ele vai dar um novo passo na carreira. Ele é o meu melhor amigo no esporte. Uma pena não estarmos juntos no Japão de novo, para degustarmo­s uns uísques locais”, afirmou o australian­o, conhecido na categoria por comemorar as vitórias com o estranho ritual de beber a champanhe despejada dentro das próprias botas.

O piloto da Red Bull tem uma tradição, quase “religiosa”, quando vem ao Brasil. Por influência do amigo Massa, a primeira parada em São Paulo, antes até de pisar em Interlagos, é em uma churrascar­ia. “Aos poucos, aprendo a comer carne. Nos primeiros anos, comia tanto que passava mal depois”, diz. Felipe se divertia.

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