O Estado de S. Paulo

LOBBY DA BALA QUER MENOR CONTROLE

- / C.T.

Principal grupo de lobby da indústria de armas nos EUA, a Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês) pressiona o Congresso a aprovar lei que acabaria com a possibilid­ade de os Estados definirem quem pode portar armas em seus território­s e os tipos de armas permitidas.

A proposta determina que a regra sobre o transporte e uso de armas no país seja a do Estado onde elas foram compradas. “A atordoante variedade de leis ao redor do país pode deixar até o mais informado proprietár­io de armas confuso sobre onde eles podem ou não carregar uma arma”, diz texto do Instituto de Ação Legislativ­a da entidade. “Em consequênc­ia, muitos deixam suas armas em casa para evitar problemas com a polícia – efetivamen­te tendo o seu direito de carregar armas negado por conflitos de leis de Estado para Estado.” O cirurgião pediátrico Michael Hirsh qualifica como “loucura” a proposta defendida pela NRA. “A população de Massachuse­tts, que não quer armas a seu redor, teria de aceitar pessoas armadas de outros Estados.”

John Rosenthal, do Stop Handgun Violence, afirmou que o projeto tem o potencial de minar os esforços de Massachuse­tts, que levaram à redução 60% das mortes por tiros no Estado desde 1994. “Dois terços dos crimes em Massachuse­tts são cometidos por armas trazidas de outros Estados.”

Outra prioridade legislativ­a do lobby das armas é facilitar a venda de silenciado­res (que eles chamam de “supressore­s”), sob o argumento de que o dispositiv­o evita danos à audição dos atiradores. “Usar supressore­s pode tornar o uso de armas de fogo mais seguro e mais agradável e ajudar campos de tiro a serem mais amigáveis à vizinhança”, justifica a NRA.

Hirsh afirma que essa é outra “loucura” do lobby pró-armas. Se o projeto for aprovado, observou, colocará em risco um programa de identifica­ção de tiros em Worcester que acelerou a resposta da polícia e o atendiment­o a feridos. O sistema usa sensores que detectam disparos e permitem que a polícia entre em ação antes de receber chamadas de emergência.

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