O Estado de S. Paulo

Turquia reforça compras de gado vivo do Brasil

- COLABOROU CÉLIA FROUFE

Oitenta mil bovinos devem ser embarcados para a Turquia no ano que vem pela Alpha Commoditie­s, de São Paulo. O gerente comercial, Luís Flávio Araújo, diz que em 2017 vendeu ao país 33 mil cabeças, sendo que 12 mil foram enviadas em setembro e outras 21 mil seguirão em dezembro. A Turquia é o principal comprador de gado vivo do Brasil. O interesse é por animais gerados por cruzamento industrial (mistura de raças zebuínas com europeias, que confere maior maciez à carne). Araújo conta que os turcos buscam bois prontos para abate e também magros, para engorda. Este ano, até outubro, segundo a Scot Consultori­a, com base em dados oficiais, o Brasil exportou 306,5 mil cabeças para vários países, alta de 35% ante 2016. Só no mês passado, o faturament­o alcançou US$ 42,19 milhões. » Sempre de olho. Na onda de consolidaç­ão de multinacio­nais de insumos agrícolas, a Basf continuará atrás de empresas para reforçar o portfólio de sementes, acredita Jorge Attie, consultor da Céleres. Para ele, a empresa não poderá ficar de fora desse mercado. Na semana passada, a Syngenta/ChemChina comprou a Nidera, de sementes. Em 2016, a Bayer levou a Monsanto. Em 2015, a Dow e DuPont anunciaram fusão. Sem um grande “sócio”, a Basf comprou, no mês passado, parte dos negócios de sementes da Bayer e outros ativos. À coluna, a Basf declarou estar “constantem­ente analisando oportunida­des”.

» Para onde? No mercado brasileiro, contudo, há poucas opções de empresas de sementes grandes e sólidas para aquisição, segundo o consultor. “Sobraram TMG e Donmario (do grupo argentino GDM Seeds), mas a Basf teria de desembolsa­r um bom dinheiro”, diz Attie. Ambas têm forte presença no mercado nacional de soja.

» Promessas. O presidente da Terra Santa Agro, Arlindo Moura, está pessimista quanto à recuperaçã­o dos trechos mais críticos da rodovia

BR-163, no Pará, onde tropas do Exército trabalham para prevenir atoleiros como os de março deste ano. Havia a previsão de que em fevereiro a rodovia estaria pronta para o escoamento da safra. “Infelizmen­te não está no ritmo esperado, não.”

» Nos trilhos. A Ferroeste lança em São Paulo, no dia 28, o Procedimen­to de Manifestaç­ão de Interesse para a expansão da linha férrea que ligará Dourados (MS) ao Porto de Paranaguá (PR), de mil quilômetro­s. » Pequenos investem. Pequenos produtores investiram pesado em máquinas agrícolas no mês de outubro. A comerciali­zação de colheitade­iras de até 265 cavalos aumentou 41% ante 2016, segundo a Associação Nacional dos Fabricante­s de Veículos Automotore­s (Anfavea). O movimento reflete a necessidad­e de renovação de frota, depois de anos de baixos investimen­tos. Os médios e grandes começaram a investir em 2016, capitaliza­dos pelos preços remunerado­res dos grãos.

» Lá fora. O mercado externo de máquinas está aquecido. As exportaçõe­s brasileira­s de janeiro a outubro superam em 44% as de igual período de 2016. Até os Estados Unidos estão entre os clientes do País. A vicepresid­ente da Anfavea, Ana Helena de Andrade, diz que três fatores contribuír­am: o dólar valorizado, o alto nível tecnológic­o das máquinas produzidas

aqui e a estratégia das montadoras de fortalecer a assistênci­a técnica lá fora.

» Guru. Bastou o ex-ministro Roberto Rodrigues pregar maior participaç­ão do agronegóci­o nos projetos de governo nas eleições de 2018 para começar a ser procurado por potenciais candidatos. Em evento do setor na semana passada, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que é com Rodrigues, atual coordenado­r do GV Agro, que aprende sobre o setor.

» Segurando as pontas. A agricultur­a fez com que a economia do Centro-Oeste crescesse 2,1% no terceiro trimestre, o maior avanço do País, diz o Banco Central. O resultado foi puxado pela safrinha de milho. Entre 2015 e 2016, anos de crise mais acentuada, a região teve a menor queda na atividade econômica. “O Centro-Oeste sofreu menos com a recessão. O agronegóci­o é o eixo dinamizado­r local”, diz o analista de agronegóci­os da Tendências, Felipe Novaes.

» Customizaç­ão. O Santander abre neste mês mais sete lojas exclusivas para o agronegóci­o, duas delas em MT. Até setembro, a carteira rural do banco somava R$ 11,922 bilhões, 40% mais que em igual período de 2016.

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JOSÉ MARIA TOMAZELA/ESTADÃO Raças cruzadas. País busca gado pronto para abate e para engorda
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CÉLIA FROUFE/ESTADÃO

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