O Estado de S. Paulo

Fórum Estadão

Fórum sobre moradia para idosos promovido pelo Estadão discutiu qualidade de vida da terceira idade; habitação torna-se um dos principais pilares para a construção de uma sociedade mais inclusiva, autônoma e sustentáve­l para pessoas acima dos 60 anos

- Roberta Cardoso ESPECIAL PARA O ESTADO

Moradia para a longevidad­e

Habitação é um dos pilares para o bem-estar de pessoas com mais de 60 anos.

O País precisa de uma política nacional de habitação para idosos. Não podemos ignorar que a população acima dos 60 anos está crescendo. Ricardo Coutinho,

GOVERNADOR DA PARAÍBA

Quem não tiver estratégia para o seu envelhecim­ento vai fazer parte da estratégia de alguém. Sérgio Mühlen,

PROFESSOR DA UNIVERSIDA­DE

DE CAMPINAS E MEMBRO DA

ASSOCIAÇÃO DA VILA

CONVIVER

Tem namoro, tem fofoca, tem senhoras competindo para saber quem está mais elegante, mas isso é vida, é melhor do que ficar em casa com a cuidadora. Ricardo Soares,

DA BRAZIL SENIOR LIVING

Ahumanidad­e vem superando obstáculos e evoluiu para uma vida mais saudável e longeva. Esse aumento da expectativ­a de vida está forçando a quebra de paradigmas. O primeiro deles, pilar para a construção dessa sociedade mais inclusiva, é o de moradia. Os idosos do mundo todo querem independên­cia da família para tomar a decisão de morarem sozinhos ou em grupos.

As implicaçõe­s sociais, estruturai­s e econômicas de uma sociedade mais sênior pautaram a primeira edição do Fórum de Moradia para Longevidad­e, evento organizado pelo Estado em parceria com o Sindicato da Habitação (Secovi) e a Aging Free Fair, feira sobre o mercado para a terceira idade.

Todos os gargalos e possíveis soluções para a criação de modelos de moradias que atendam as necessidad­es do idoso foram largamente discutidos por especialis­tas e profission­ais, da esfera público e privada, num encontro que reuniu centenas de pessoas em São Paulo.

A importânci­a do debate sobre habitação para a terceira idade tem respaldo da ONU. Em 2050, segundo projeções da organizaçã­o, o número global de idosos chegará a 2 bilhões de pessoas, o que representa­rá 22% dos indivíduos - marca que vai superar o número total de menores de 15 anos.

O Brasil não escapa desse cenário. A população madura do País representa­va 22,3 milhões de pessoas quando a última pesquisa IBGE sobre o tema foi publicada, em 2011.

As projeções e estatístic­as endossam a necessidad­e ampliar as discussões , os debates e as ações relativas a inclusão dos futuros idosos em um planeta cada vez mais populoso, sem tempo e tecnológic­o.

Nos anos 70, as 10 maiores cidades do mundo somavam 114 milhões de pessoas. Em 2025, abrigarão 234 milhões. Até lá, segundo um estudo da consultori­a McKinsey, mais de 130 centros urbanos vão se tornar megacidade­s (aquelas com mais de 10 milhões de habitantes). O envelhecim­ento da população e a expansão das megalópole­s está multiplica­ndo os problemas da sociedade. Por outro lado, esse contingent­e sênior, concentrad­o em grande maioria em centros urbanos, tem muito a contribuir.

Os habitantes também parecem ser uma fonte de ideias inovadoras para melhorar a qualidade de vida. A paisagem urbana, assim como a forma que a sociedade lida com a velhice, tende a mudar. Alternativ­as sustentáve­ise inclusivas, já são realidade, inclusive no Brasil.

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JOSÉ PATRÍCIO/ESTADÃO Independên­cia. Antonio e Anna, 91 anos, gostam de manter a autonomia no condomínio onde moram

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