O Estado de S. Paulo

PP quer ficar com a pasta e indica nome

Sigla com 4ª maior bancada e integrante do Centrão reivindica pasta deixada por tucano; presidente da Caixa e líder do governo são cotados

- Igor Gadelha Vera Rosa / BRASÍLIA

Dono da quarta maior bancada da Câmara, com 45 deputados, o PP faz pressão para indicar o substituto de Bruno Araújo. O preferido da cúpula da legenda é o atual presidente da Caixa, Gilberto Occhi, mas interlocut­ores do presidente Temer defendem o nome do líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

Dono da quarta maior bancada da Câmara, com 45 deputados, o PP intensific­ou ontem a pressão para indicar o substituto de Bruno Araújo (PSDB-PE) no Ministério das Cidades e ampliar o espaço do partido no governo Michel Temer. Integrante­s da cúpula da legenda querem emplacar o atual presidente da Caixa, Gilberto Occhi, mas interlocut­ores de Temer no Palácio do Planalto defendem o nome do líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

O PP não abre mão de manter o comando da Caixa e dos Ministério­s da Agricultur­a e Saúde. Caso Occhi vá para Cidades, o partido quer indicar o substituto no banco. Se o Planalto não aceitar, outro nome técnico para a pasta é o do economista Carlos Vieira. Paraibano, ele já foi secretário executivo das Cidades e da Integração Nacional.

Occhi já foi ministro das Cidades durante o segundo mandato da presidente cassada Dilma Rousseff (PT). Ele ficou no cargo entre março de 2014 e abril de 2016, véspera da votação do impeachmen­t da petista na Câmara. De perfil técnico, ele é homem de confiança do presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), que esteve ontem com Temer, e sua indicação agradaria à bancada no Congresso. Como não pretende disputar as eleições de 2018, ele não precisaria deixar o ministério no início de abril. “Estou em um projeto de fortalecer a Caixa, mas sou soldado”, afirmou Occhi.

Integrante do Centrão, grupo do qual também fazem parte PR, PTB e PSD, o PP encabeça pressão para que Temer faça o mais rápido possível uma reforma ministeria­l para diminuir o espaço do PSDB no governo.

Influência. No Planalto, auxiliares de Temer dizem que o nome mais forte para substituir Araújo seria o de Aguinaldo. O argumento é de que o deputado tem influência maior sobre a bancada, o que ajudaria na busca de votos para aprovar a reforma da Previdênci­a. O parlamenta­r, que passou o dia ontem na Paraíba, já teria sido, até mesmo, sondado pelo governo.

A interlocut­ores, porém, Aguinaldo disse não ter interesse de ir para Cidades agora, já que teria de deixar o ministério em abril para disputar eleição.

A saída de Araújo acelerou o início da reforma ministeria­l em busca de apoio para a reforma da Previdênci­a na Câmara. Além do Centrão, o próprio PMDB, partido do presidente, cobra que Temer diminua o tamanho

do PSDB. Até ontem, a sigla comandava quatro ministério­s – Relações Exteriores, Secretaria de Governo e Direitos Humanos, além de Cidades.

Articulaçã­o. A bancada do PMDB na Câmara já avisou a Temer que quer a Secretaria de Governo, pasta responsáve­l pela articulaçã­o política com o Congresso. Peemedebis­tas nunca aceitaram o fato de Temer ter nomeado um tucano para o cargo, o deputado licenciado Antonio Imbassahy (BA), para substituir Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). Segundo um influente parlamenta­r do PMDB, a bancada quer indicar alguém que não vá concorrer a eleição de 2018, para que fique no cargo até o fim do próximo ano.

“Estou em um projeto de fortalecer a Caixa, mas sou soldado.” Gilberto Occhi

PRESIDENTE DA CAIXA ECONÔMICA

FEDERAL E COTADO PARA

MINISTRO DA CIDADES

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DIDA SAMPAIO / ESTADÃO

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