REFORMAS
Toma lá dá cá
Aqueles que acompanham o noticiário político estão fartos de assistir aos pronunciamentos quase diários do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, falando exaustivamente da necessidade e da urgência da reforma da Previdência Social. Meirelles sempre ressalta que caso a reforma não venha a ser feita dentro de pouco tempo não haverá dinheiro para pagar as aposentadorias, muito menos para custear as despesas com a saúde, a educação e a segurança pública – apesar de o Brasil ser um dos países que mais recolhem impostos no mundo! Meirelles até foi ao Parlamento com o propósito de demonstrar aos deputados federais e senadores a premência dessa reforma. Contudo, absurda e irresponsavelmente, nossos parlamentares condicionam a reforma da Previdência à troca de benesses, impondo nomeações políticas ao presidente da República a fim de ocuparem ministérios e cargos públicos de seu interesse particular, fora aqueles que votam apenas pelo quanto pior, melhor. Esses congressistas, eleitos por nós, em vez de atentarem para o indispensável equilíbrio das contas públicas, só prometem apoio na votação se atendidos os seus pleitos. É o abominável toma lá dá cá, o “quanto é que eu levo nisso” que reina na nossa política. É de esperar que nas próximas eleições os eleitores encarem com seriedade as suas responsabilidades, escolham bem os seus novos representantes e removam de vez a grande maioria dos nossos atuais deputados e senadores, que estão afundando o Brasil. Caso contrário, a população não poderá mais reclamar das calamidades que vive o nosso país, com prejuízo pessoal para cada um de nós.
JOSÉ CARLOS DE CASTRO RIOS jc.rios@globo.com
São Paulo
Pauta-bomba e caça ao voto
O ano legislativo está terminando e, por ser 2018 um ano de eleições, parlamentares montam uma pauta-bomba, que atenta contra o ajuste fiscal. Enquanto o governo fala em apertar os cintos, os parlamentares desenterram projetos que dão anistia a devedores rurais, ampliam a faixa de isenção do Imposto de Renda e rolam a dívida dos municípios. Estima-se que só isso, se aprovado, fará um rombo de R$ 20 bilhões no Orçamento do próximo ano! Ao mesmo tempo, o presidente Michel Temer e seus ministros insistem na reforma da Previdência, tema impopular, que já ganhou estigma em alguns setores da população. Enfim, com que cara esses parlamentares vão chegar até o eleitor e pedir-lhe seu voto na próxima campanha eleitoral? DIRCEU CARDOSO GONÇALVES aspomilpm@terra.com.br
São Paulo