O Estado de S. Paulo

Bolsonaro defende independên­cia do BC

Em novo texto publicado em rede social, deputado e presidenci­ável diz que banco é ‘responsáve­l por dois dos três pilares’ do tripé macroeconô­mico

- Gilberto Amendola

O deputado e presidenci­ável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) divulgou ontem um texto em uma rede social no qual defende a independên­cia do Banco Central, faz críticas aos governos do PT e afirma que, “no tripé macroeconô­mico (taxa de câmbio flutuante, metas de inflação e superávits primários), o Banco Central é responsáve­l por dois dos três pilares”.

“O Brasil precisa de um Banco Central independen­te! Com sua independên­cia, tendo mandatos atrelados a metas/métricas claras e bem definidas pelo Legislativ­o, profission­ais terão autonomia para garantir à sociedade que nunca mais presidente­s populistas ou demagogos colocarão a estabilida­de do país em risco para perseguir um resultado político de curto prazo”, diz o texto publicado no Facebook e intitulado “Comunicado aos Cidadãos do Brasil”.

Além da equipe de Bolsonaro, assinam o texto dois colaborado­res do deputado, Abraham Weintraub e Arthur Bragança Weintraub. Os Weitraub se juntam ao pesquisado­r Adolfo Sachsida e ao advogado Bernardo Santoro – já identifica­dos como integrante­s do “time” que estaria ajudando o parlamenta­r a formular as bases de seu plano econômico e de governo.

Abraham é ex-diretor da corretora do Banco Votorantim e diretor do Centro de Estudos de Seguridade. Arthur é advogado e doutor e Direito Previdenci­ário. Na quarta-feira passada, o grupo de apoio a Bolsonaro divulgou primeiro texto em que afastava a hipótese de ideias pouco ortodoxas saírem de uma futura equipe econômica.

Ainda sobre a independên­cia do Banco Central, o texto diz que “o primeiro passo é um BC independen­te, com mandato e metas de inflação claras, aprovadas pelo Congresso Nacional, para nunca mais um populista colocar em risco o orçamento das famílias brasileira­s. A missão de um governo sério é proteger as pessoas”.

Na seara política, o texto faz críticas à presidente cassada Dilma Rousseff pelo que ele chama de “desastrosa condução da inflação” e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por, segundo o comunicado, ter deixado o Brasil “com seus ungidos Dilma/Temer”

PT. “Como se não bastasse, ainda havia a discussão de como gastar as reservas internacio­nais para, sob a orientação dos ‘sábios’ conselheir­os do PT, estimular a política ‘desenvolvi­mentista’”, diz o texto.

“Quando voltarmos a crescer, teremos o mesmo problema de sempre: trazer poupança do exterior, o que é volátil! Qualquer problema global e paramos de crescer. Precisamos libertar o Brasil de sua dependênci­a do capital internacio­nal! Como fez o Chile!”

Bolsonaro e equipe afirmam ainda que vão “enfrentar grupos organizado­s e sem escrúpulos que farão qualquer coisa para vencer as próximas eleições”. Além disso, cita Goebbels, Galileu e um versículo bíblico: “Enquanto a esquerda prefere gurus do Nacional Socialismo como Joseph Goebbels: ‘Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade’; nós ficamos com Galileu Galilei: eppur si muove! Todavia, a convicção de que venceremos vem de João 8:32 ‘E conhecerei­s a verdade, e a verdade vos libertará’”.

Fake news. No fim do comunicado, o presidenci­ável afirma que vai usar as redes sociais como canal oficial de comunicaçã­o e que, em breve, será divulgado um novo texto. “Acreditamo­s que esse formato institucio­nal evitará que pessoas desqualifi­cadas e mal intenciona­das ganhem com especulaçõ­es, boatos e as conhecidas fake news (notícias falsas).”

Hoje, o deputado estará em Vitória (ES), onde participa de uma caminhada e de um encontro com policiais.

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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO–27/9/2017 Canal. Bolsonaro tem divulgado textos em redes sociais

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