RELACIONAMENTO ‘ÓTIMO’ COM LÍDER FILIPINO
Durante encontro, Trump elogia Duterte, que diz ter recebido aval para sua luta antidrogas
Opresidente dos EUA, Donald Trump, disse ontem que tem um “ótimo relacionamento” com o líder filipino, Rodrigo Duterte, durante um encontro paralelo à cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), em Manila. Grupos de direitos humanos pressionaram Trump a ser mais rígido com Duterte em razão da violenta guerra contra as drogas do governo filipino, em meio à qual milhares de pessoas já morreram.
“Somos aliados. Somos um aliado importante”, disse Duterte a Trump no início das conversas, segundo repórteres que tiveram acesso à sala de reuniões. Trump respondeu: “Temos tido um ótimo relacionamento. Ele tem sido muito bem-sucedido. E a conferência da Asean foi lindamente organizada pelo presidente das Filipinas.”
Segundo a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, a conversa entre os dois se concentrou no Estado Islâmico (EI), drogas ilegais e comércio. “Os direitos humanos vieram à tona brevemente, no contexto da luta das Filipinas contra as drogas ilegais”, disse.
Duterte aproveitou o encontro para falar sobre os resultados de sua luta contra as drogas – que teria reduzido pela metade a criminalidade em menos de um ano – e disse que Trump deu seu aval a ela.
Na semana passada, Duterte se referiu a Trump em tom elogioso e afirmou que diria ao presidente dos EUA para “ficar na sua” se acusações de violações de direitos humanos fossem mencionadas na reunião.
Duterte já foi chamado de “Trump do Oriente” por seu estilo e linguagem ríspidos. Em maio, Trump foi criticado por elogiar o líder filipino durante telefonema pelo “ótimo trabalho” que está fazendo para conter as drogas.
Mais de 3,9 mil pessoas já morreram em razão da guerra contra as drogas que Duterte declarou quando tomou posse, em 2016. Seu governo afirma que a polícia age em legítima defesa, mas críticos denunciam execuções ilegais.
“O terrorismo e o extremismo põem em perigo a paz, a estabilidade e a segurança da nossa região, pois essas ameaças não conhecem fronteiras”, disse Duterte, em seu discurso de abertura da cúpula da Asean. A chegada de Trump às Filipinas foi marcada por milhares de manifestantes hostis que levavam cartazes com os dizeres “Trump, volte para casa”.