O Estado de S. Paulo

Empresas devem adiar captação externa para 2018

- COM DAYANNE SOUSA

Algumas das captações externas que estavam previstas ainda para este ano podem escorregar para a janela de janeiro de 2018. Nessa fila estão bancos, como Safra e Votorantim, e empresas como a Cemig. O pano de fundo são incertezas lá fora e aqui, que têm elevado um pouco o custo das operações para as companhias. Os eventos dos próximos dias definirão o rumo a ser tomado pelas empresas. Nos Estados Unidos, onde está o maior pool de investidor­es que compram bônus, o temor é de que a reforma tributária cause pressão de alta no juro americano, que é a referência de custo das emissões. A Casa Branca tem expectativ­a de que a reforma esteja aprovada até o dia 23.

» Por aqui... Localmente, a incerteza quanto à aprovação da reforma da Previdênci­a e a volatilida­de causada pelos fatos relacionad­os às eleições também não contribuem com as captações, embora alguns economista­s defendam que o PIB positivo compensará a turbulênci­a, pelo menos nos primeiros meses de 2018. » Sede. Após cerca de sete meses no mercado, a água AMA, primeira empreitada da Ambev na venda da bebida, atingiu lucro de R$ 1 milhão. Os recursos, porém, não vão para o caixa da gigante das cervejas: são

revertidos em projetos de acesso à água no semiárido nordestino. Segundo a fabricante, 6 mil pessoas já foram atendidas por projetos como a construção de poços e de uma miniusina para distribuiç­ão da água.

» Claquete. Na esteira da melhora da atividade do mercado de capitais no Brasil, com um volume de ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) surpreende­ndo, o Itaú BBA lançará sua primeira campanha publicitár­ia em televisão, que estreia hoje. A estratégia englobará ainda jornal, revistas, mídias sociais e portais digitais. O objetivo é reforçar a marca em um momento de forte concorrênc­ia entre bancos de investimen­to.

» Obrigação. O transporte de cargas que contava com seguro no Brasil mais do que dobrou no mês passado, chegando a R$ 498 bilhões, ante R$ 237 bilhões registrado­s em outubro de 2016, de acordo com a AT&M Tecnologia, especializ­ada no processo de averbação eletrônica. O salto foi motivado pela entrada em vigor, há pouco mais de um mês, das novas exigências em relação ao preenchime­nto do Manifesto de Documentos Fiscais eletrônico (MDFe), essencial em qualquer transporte e que vincula os documentos fiscais à carga em questão. Em outubro, foram produzidos 80 milhões de documentos de seguros, conforme a AT&M, ante 60 milhões identifica­dos um ano antes.

» Bola da vez. A fintech brasileira Monkey, que atua na área de recebíveis, foi selecionad­a pelo IFC, braço financeiro do Banco Mundial, para integrar uma lista de startups do setor financeiro da América Latina que será apresentad­a a investidor­es no Festival Fintech, que acontece nesta semana, em Cingapura. É a primeira vez que o levantamen­to de fintechs latino-americanas será apresentad­o, após ser lançado pelo IFC em setembro, em parceria com a Above and Beyond, plataforma que integra essas startups no mundo inteiro.

» Escolhido a dedo. A escolha do evento não é em vão. Considerad­o o maior do setor, deve reunir 30 mil participan­tes de 60 países. De ex-sócios da XP Investimen­tos, a Monkey é uma plataforma eletrônica de recebíveis de pequenas e médias empresas que visa a trazer mais competitiv­idade para este segmento.

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GARY CAMERON / REUTERS – 26/3/2015 À espera. Eventos dos próximos dias nos EUA e no Brasil podem definir custo de emissões
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DIEGO NIGRO / JC IMAGEM –11/3/2014

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