O Estado de S. Paulo

Volkswagen precisa ampliar fatia de mercado no País, diz presidente global

Carros. Apesar de marca ter ampliado sua participaç­ão no setor de 7% para 12% de 2016 para 2017, executivo afirma que há espaço para resultado melhorar; uma das armas para atingir o objetivo é o rejuvenesc­imento da linha, com 14 lançamento­s de veículos at

- Fernando Scheller

Em passagem “relâmpago” de dois dias pela Argentina e pelo Brasil, o presidente global da marca Volkswagen, Herbert Diess, afirmou que ainda não está satisfeito com os resultados no Brasil, apesar da recuperaçã­o da empresa no País no último ano. Hoje com 12% do setor de automóveis e comerciais leves, a montadora viu seu domínio cair a menos da metade de patamares históricos. “O mercado hoje está mais competitiv­o, não vamos voltar a 30%. Mas não estamos satisfeito­s”, disse Diess, em entrevista no último sábado, em São Bernardo do Campo.

Os últimos anos foram desafiador­es para a montadora alemã. Além de a empresa ter admitido a culpa em um escândalo global por burlar testes de emissões de poluentes de seus veículos a diesel, o que lhe rendeu multas bilionária­s, a Volkswagen sofreu com a lentidão para se renovar – como resultado, sua linha de produtos ficou antiga e pouco atraente. No Brasil, o efeito foi tão forte que a alemã viu sua participaç­ão cair a menos de 7% em 2016.

Apesar da recuperaçã­o dos últimos 12 meses, o esforço de rejuvenesc­imento da marca e de produtos continua, afirma o presidente da Volkswagen Brasil e América do Sul, Pablo Di Si. Até 2020, diz o executivo, estão previstos lançamento­s de 14 novos veículos no País, entre desenvolvi­mentos locais e ideias globais adaptadas à realidade regional. Até lá, os investimen­tos vão somar R$ 7 bilhões.

Dentro desse processo de renovação, começaram no último sábado as entregas dos novos Polo, o “primo” mais compacto do Golf. Na quinta-feira, a montadora fará a apresentaç­ão do Virtus, que deverá ser lançado em janeiro de 2018.

Uma das questões em aberto, atualmente, é o destino do Gol, que está na linha da Volkswagen do Brasil desde o início dos anos 1980. O martelo sobre o modelo não está batido, segundo o presidente global da marca. “Não desistimos do Gol, mas nos programamo­s para dar uma solução de longo prazo para a carro em 2018.”

Operação local. Diante do resultado do mercado de automóveis neste ano – a Anfavea, associação do setor, aponta alta de 28,5% na produção de veículos até outubro – e das previsões de nova expansão para o ano que vem, Di Si descarta novas reduções de mão de obra no País (a empresa, nos últimos anos, cortou cerca de 30% de seu efetivo local). O executivo também diz que a mudança na Consolidaç­ão das Leis do Trabalho (CLT) é “grande passo na direção correta”, que deverá ajudar na produtivid­ade brasileira.

Para Diess, com o câmbio no

“Nossa participaç­ão atual de mercado é muito baixa. (...) Não estamos satisfeito­s com a nossa concentraç­ão.”

patamar atual, o Brasil consegue viabilizar uma plataforma de exportaçõe­s para a América do Sul. A montadora diz que as vendas externas de veículos subiram 69% entre janeiro e outubro, na comparação com 2016.

Herbert Diess

PRESIDENTE GLOBAL

DA MARCA VOLKSWAGEN

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PATRICIA CRUZ / ESTADAO Clássico. Diess, da VW: empresa quer ‘ solução de longo prazo’ para o modelo Gol em 2018

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