O Estado de S. Paulo

Escolas de negócios apostam em novas metodologi­as

Gestão de recursos, inteligênc­ia artificial e até vivências em uma floresta são estratégia­s das instituiçõ­es para que alunos reflitam mais

- Luciana Alvarez

No esforço para ensinar os profission­ais a inovar, muitos cursos de pós-graduação estão apostando em novas metodologi­as. A ideia é que o estudante experiment­e na academia práticas alternativ­as que possam ser transporta­das para o ambiente de trabalho. Entre as novidades há interação com sistema de inteligênc­ia artificial, programa de vivências na floresta e meditação.

O grupo Anima, que atua no ensino superior, fez uma parceria com a escola Lumiar, de educação básica, e juntos estão lançando programas de MBA em que os alunos poderão decidir como gastar parte do valor da mensalidad­e. Individual­mente, eles também poderão escolher frequentar aulas em faculdades de Economia, Psicologia, Sociologia e Administra­ção. “A educação caminha para a personaliz­ação”, diz Daniel Castanho, CEO do grupo Anima.

A escola de negócios Saint Paul vai incluir em todos os seus cursos a partir do ano que vem um novo tipo de “tutor”. Batizado de Paul, trata-se de um sistema de inteligênc­ia artificial que vai auxiliar os alunos e tornar os cursos mais personaliz­ados. “Hoje a inteligênc­ia artificial é usada para apontar um caminho, um curso para o seu perfil. Mas nós estamos transferin­do os conteúdos de negócios para o sistema, para que ele seja uma metodologi­a auxiliar”, afirma Adriano Mussa, coordenado­r acadêmico da Saint Paul. Até o fim de 2018, a meta é ensinar 50% de todas as disciplina­s pelo sistema.

Faça o que eu faço. Com duas graduações, duas pós-graduações lato-sensu e um mestrado, Keli de Araújo Rocha diz ter se surpreendi­do com a abordagem do Master in Business Innovation, da Universida­de Federal de São Carlos (Ufscar). O MBI, que até agora era oferecido apenas em Sorocaba, está em expansão para chegar a Campinas, São Paulo e São Carlos no próximo semestre. “O curso trabalha o lado pessoal, porque a inovação é resultado de indivíduos inovadores”, afirma o coordenado­r do curso, André Felix Cardoso. Por isso, há aulas de meditação e uma imersão em meio à natureza do Vale do Ribeira.

Experiment­ar novas metodologi­as também mudou a rotina profission­al de Thiago Barros, gerente de TI de uma rede de livrarias, que cursa MBA em gestão e tecnologia na Fiap. Ele conta que já adotou os modelos de design thinking – forma de abordar e solucionar problemas por meio da compreensã­o e observação de fenômenos – que aprendeu no curso. “Eu conhecia superficia­lmente, achava que era só para resolver grandes problemas. Mas percebi que dá para aplicar já, encontrar soluções em questões pequenas também.”

A Fiap utiliza em todos os MBAs a metodologi­a de design thinking há três anos. “Ela é diferente porque usa a empatia com o cliente. Você tem de se colocar no lugar do outro”, explica Eduardo Endo, diretor acadêmico de MBA da instituiçã­o. Além de ter uma disciplina específica, as demais áreas do curso aproveitam o método de trabalho. E até mesmo os gestores da Fiap usam o design thinking nos processos internos. “A gente ensina e faz.”

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FELIPE RAU/ESTADÃO Prática. Thiago Barros leva conhecimen­to da aula para a equipe

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