TRUMP JR. TEM LAÇOS COM O WIKILEAKS
Contatos ocorreram durante campanha de 2016
Donald Trump Jr., filho mais velho do presidente dos Estados Unidos, recebeu mensagens diretas, via Twitter, do site WikiLeaks durante a campanha presidencial de 2016. O conteúdo tratava dos e-mails da democrata Hillary Clinton que tinham sido vazados. A troca de mensagens foi divulgada por ele mesmo na rede social, na segunda-feira, depois de a revista The Atlantic trazer o caso à tona.
Segundo a publicação, o contato pedia que se deletassem mensagens que evidenciam o trabalho do site, que no ano passado divulgou uma série de e-mails de democratas. Congressistas democratas reagiram imediatamente à reportagem, dizendo que Trump Jr. deveria fornecer mais informações. Richard Blumenthal, senador por Connecticut, disse que o Comitê Judiciário do Senado deve solicitar documentos e forçar Trump Jr. a testemunhar.
Ao divulgar milhares de emails, as agências de inteligência dos EUA acreditam que o WikiLeaks estava atuando como um canal para os agentes russos. Nas mensagens, o WikiLeaks pede ao filho do presidente que divulgue os documentos hackeados e também propõe não reconhecer o resultado da eleição, no caso de vitória de Hillary. Em outra mensagem, Trump Jr. se interessa por rumores sobre um novo vazamento do WikiLeaks de documentos relacionados com Hillary. A essa mensagem, de 3 de outubro, o WikiLeaks responde no dia 12: “Olá, Donald, que bom ver você e seu pai falando de nossas publicações”. Na mesma mensagem, o WikiLeaks “aconselhava” o candidato Trump a incluir em seus tuítes um link para os documentos vazados do chefe de campanha de Hillary, John Podesta.
Depois de Trump Jr. receber a mensagem, o então candidato à Casa Branca criticou a pouca repercussão nos meios de comunicação americanos da “incrível informação proporcionada pelo WikiLeaks”. Dois dias depois, Trump Jr. compartilhou com seus seguidores no Twitter o link que o WikiLeaks tinha lhe proporcionado.
Durante a campanha, a equipe de Trump, incluindo seu atual vice-presidente, Mike Pence, negou qualquer contato com o WikiLeaks.
Em setembro, Trump Jr. admitiu ao Comitê Judiciário do Senado que havia se correspondido com o grupo durante a campanha. Na segunda-feira, pelo Twitter, Trump Jr. minimizou a importância da questão e divulgou cópias dos diálogos.