O Estado de S. Paulo

Imprensa italiana fica enfurecida e pede ‘fora todos’

Maiores jornais do classifica­ram eliminação da Copa como ‘vergonha’ e ‘desastre’. Ex-atletas pedem mudanças

- ROMA

Não poderia deixar de ser diferente: a repercussã­o da eliminação da seleção italiana da Copa do Mundo para a Suécia na repescagem foi extremamen­te negativa. Jornais do país classifica­ram a eliminação como “vergonha” e “desastre”, pediram a saída de todos e falaram em trabalhar para se recuperar do vexame. Colunistas em diversas publicaçõe­s concordara­m sobre a necessidad­e de se realizar mudanças na federação local.

Quem pegou mais pesado foi o Corriere dello Sport. O jornal estampou em sua capa “Foratodos”, ressaltand­o que a seleção italiana ficou fora de um Mundial pela primeira vez em 60 anos e que o técnico Gianpiero Ventura deve sair do comando da equipe, mas não será o único – Buffon e De Rossi já anunciaram aposentado­ria. Em seu site, a publicação já projeta a seleção que deve buscar a classifica­ção para a Copa de 2022.

O Il Tiempo publicou uma foto de uma pá, dizendo que a seleção deve “ir trabalhar” para se reconstrui­r, definindo este como o ano zero da tetracampe­ã mundial. O jornal também escreveu que a esquadra é “branda” e que a partida contra a Suécia foi uma agonia.

Com uma foto de Buffon, a Gazzetta dello Sport ressalta o “fim” do goleiro e as lágrimas do titular na Copa de 2006, além das palavras do técnico Ventura, que não se demitiu após a eliminação, dizendo antes ser necessário falar com o presidente da federação italiana, Carlo Tavecchio.

Fora da Itália, os jornais ingleses The Guardian, Daily Mail eo espanhol Sport destacam a discussão entre De Rossi e Ventura durante a partida. Ao ser chamado para entrar, o volante questionou o treinador sobre a escolha, dizendo que o time precisava ir para frente e ganhar, não empatar, e apontou para o atacante Insigne. Ventura não colocou Insigne e nem De Rossi e as substituiç­ões do treinador, que escolheu três atacantes, não surtiram efeito.

Críticas. O técnico da Itália, Giampiero Ventura, e a Federação Italiana de Futebol (FIGC) foram os grandes alvos das críticas de ex-atletas e torcedores nas redes sociais. No entanto, apesar do vexame da Azzurra, muitos se solidariza­ram com o goleiro Gianluigi Buffon, que deixou o campo em lágrimas.

Paolo Cannavaro, zagueiro e irmão de Fabio Cannavaro, criticou a gestão da FIGC. “Adeus para as múmias que controlam o futebol italiano. Deem mais espaço para os jovens fora de campo também! Saiam fora do nosso maldito caminho, obrigado”, escreveu.

O lendário ex-atacante Marco Tardelli, que conquistou a Copa do Mundo de 1982 com a Itália, criticou o presidente da FIGC, Carlo Tavecchio, afirmando que ele “não deveria entrar em nenhum estádio”.

O ex-lateral italiano Massimo Oddo, que conquistou a Copa do Mundo de 2006, escreveu que a Itália “aprendeu pouco” com o título do último mundial. Já o goleiro espanhol Iker Casillas escreveu uma mensagem de apoio a Buffon. “Não gosto nada de ter ver assim! Quero te ver como vejo até agora, como o que continua a ser para muitos, uma lenda. Sou orgulhoso de te conhecer e orgulhoso de ter te enfrentado muitas vezes”.

Outros diversos jogadores, como o também goleiro inglês Joe Hart e os ex-companheir­os de equipe Mario Lemina e Arturo Vidal postaram homenagens a Buffon.

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ANDREAS SOLARO/AFP Na Itália. Jornais destacam o fiasco

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