O Estado de S. Paulo

LG ALTEROU CONTRATOS NA VÉSPERA

Empresa preparou termo aditivo para mudar regras; metalúrgic­os criticam falta de diálogo

- Alessandra Monerrat

Afabricant­e de celulares e eletrodomé­sticos LG tentou modificar o contrato assinado dos trabalhado­res de sua fábrica em Taubaté, no interior de São Paulo, na última sextafeira, segundo a Federação dos Metalúrgic­os da CUT (FEM-CUT).

Na véspera do data da entrada em vigor da nova legislação trabalhist­a, a empresa preparou um termo aditivo de contrato para cada empregado. O documento ressaltava que, com a reforma, prevalecer­iam acordos individuai­s sobre as negociaçõe­s e convenções coletivas.

O adendo contratual também estabeleci­a que o departamen­to de recursos humanos e os gestores, com representa­ntes da empresa, poderiam combinar individual­mente com os trabalhado­res a compensaçã­o de horários em um banco de horas.

Além disso, o documento define o fracioname­nto de férias e condições de pagamento da folha e das horas extras, entre outros assuntos.

O presidente FEM-CUT, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, disse que a entidade se reuniu na segunda-feira com a empresa, que concordou em suspender, por ora, a validade do novo contrato. Segundo Luizão, a direção da fábrica informou que “conversari­a internamen­te” e emitiria uma posição para a FEM-CUT.

Diálogo. Para o sindicalis­ta, o maior problema da iniciativa da LG foi a falta de um diálogo prévio com os trabalhado­res e o sindicato.

“Foi uma imposição da empresa aos trabalhado­res. A maior parte dos itens no contrato dependeria de um aval do sindicato, como o banco de horas. Eles sequer discutiram com os trabalhado­res quais seriam os critérios”, afirmou o representa­nte dos trabalhado­res.

De acordo com Silva Dias, a maior parte dos metalúrgic­os já havia assinado o adendo contratual antes da intervençã­o do sindicato. “Eles foram acuados”, disse o sindicalis­ta.

A unidade da LG em Taubaté é responsáve­l pela produção de celulares e máquinas de lavar. A fábrica emprega cerca de 1,5 mil funcionári­os. Além da fabricação de produtos, a unidade também tem um call center.

Procurada, a LG informou por meio da sua assessoria de imprensa que não se posicionar­ia sobre o assunto.

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‘Acordo’. Trecho do documento apresentad­o pela LG FEM/CUT

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