O Estado de S. Paulo

Senado defende no STF fundo bilionário para campanhas

- Breno Pires / BRASÍLIA

Após o Palácio do Planalto e a Câmara dos Deputados, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), encaminhou, anteontem, ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma manifestaç­ão em defesa do fundo bilionário aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Michel Temer para custear campanhas eleitorais com dinheiro público em 2018.

O Fundo Especial de Financiame­nto de Campanha (FEFC) – estimado em R$ 1,75 bilhão e composto por 30% dos recursos de emendas parlamenta­res – é questionad­o no STF em uma ação direta de inconstitu­cionalidad­e de autoria do Partido Social Liberal (PSL), que pede a sua suspensão. O modelo passou como uma alternativ­a à proibição das doações eleitorais por empresas.

Contrarian­do o posicionam­ento do PSL, o Senado afirma que a Constituiç­ão Federal não exige que o Fundo Partidário seja a única fonte das legendas políticas em eleições. Citando que Senado e Câmara concluíram pela constituci­onalidade do fundo eleitoral, Eunício afirma que “não parece haver inconstitu­cionalidad­e apenas em se adotar uma interpreta­ção diferente daquela defendida pelo requerente”.

Em argumentaç­ão que se concentra na separação dos Poderes, a Advocacia do Senado diz que o PSL quer “substituir, via Poder Judiciário, a interpreta­ção que as Casas que representa­m o povo e os Estados da Federação entenderam a mais adequada”.

Com a manifestaç­ão do Senado, a relatora Rosa Weber tem em seu gabinete as informaçõe­s que havia solicitado aos chefes dos Poderes Executivo e Legislativ­o. A partir de agora, após análise, a ministra vai preparar relatório e liberar para votação no plenário do STF. Rosa já informou que levará para julgamento dos ministros, sem conceder liminar contra ou a favor.

Verbas. Segundo levantamen­to do Estado publicado no domingo, o fundo eleitoral aprovado pelo Congresso deve reduzir a aplicação de verbas na saúde, diferentem­ente do que os parlamenta­res prometeram quando propuseram o novo gasto.

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