Credores voltam a se reunir em NY
A Associação Internacional de Swaps e Derivativos (Isda) – um comitê composto por 15 empresas do mercado de derivativos e capaz de declarar o default de países e empresas – discute hoje, pela segunda vez na semana, se a estatal venezuelana PDVSA deixou de cumprir seus compromissos financeiros.
Na terça-feira, a entidade internacional evitou se pronunciar sobre um possível calote da empresa e preferiu esperar para obter informações mais claras sobre o cronograma de pagamentos efetuados. Ontem, a PDVSA declarou, por meio de sua conta no Twitter, que liquidou o que devia.
Títulos da dívida da Venezuela venceram em 12 de outubro e tinham um período de carência – no qual poderiam ser pagos com juros – até a segunda-feira. “O pagamento dos bônus com vencimento em 2017 e em 2020 também foi realizado com êxito”, disse a empresa. “As agressões imperialistas e a busca por nossa asfixia econômica serão derrotadas pelo povo venezuelano, com seu governo, e pela PDVSA.”
Segundo a consultoria Capital Economics, o fracasso da Venezuela em efetuar o pagamento de um débito recente para alguns dos detentores de bônus do país e da estatal de petróleo podem fazer com que o seguro contra default, conhecido como Credit Default Swap (CDS, na sigla em inglês) seja acionado pela Isda.
Temido há semanas, o anúncio de terça-feira de default parcial da Venezuela poderia preceder um default geral, ou seja, uma incapacidade total de pagar suas dívidas. Para evitar esse resultado, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, convocou, na segunda-feira, em Caracas, os credores internacionais para renegociar os termos dos empréstimos. A reunião teve baixa participação, durou apenas 25 minutos e terminou sem acordo.