Proximidade geográfica com hemisfério Norte traz vantagens
Ferrovia Paraense vai permitir uma nova rota de escoamento de produtos para China, Estados Unidos e Europa
Chang Yunbo, presidente da China Communications Constructions Company (CCCC), entre outros diretores da empresa, conheceram de perto o projeto da Ferrovia Paraense. Estimada em R$ 14 bilhões, considerando investimentos necessários para a construção da própria ferrovia e de entrepostos de carga em seu trajeto, a ferrovia atravessa a porção oriental do Estado de sul a norte em 1.312 quilômetros, cruzando 23 municípios e com capacidade para transportar até 170 milhões de toneladas de carga por ano.
Ela deve ainda se conectar com a Ferrovia Norte-Sul em um trajeto de apenas 58 quilômetros entre Rondon do Pará e Açailândia (MA), o que permitirá que Norte-Sul chegue ao Porto de Barcarena, na Região Metropolitana de Belém, o mais próximo dos principais mercados consumidores de produtos brasileiros, como a própria China, além dos Estados Unidos e países da Europa. Dessa forma, abre-se uma nova alternativa de escoamento de carga em um porto paraense, sendo esse um dos principais atrativos do projeto para a iniciativa privada.
Durante o encontro com os chineses, Adnan Demachki, secretário de Desenvolvimento Econômico, fez uma apresentação detalhada sobre o projeto, demonstrando sua viabilidade econômica, interesse de mercado e a preocupação com o respeito ao meio ambiente, uma vez que o traçado não passa por áreas indígenas ou quilombolas. “No Brasil há muitas áreas de reserva ambiental e de comunidades tradicionais. Mas, no caso da Ferrovia Paraense, o traçado foi pensado para que não gerasse impacto nessas áreas, o que garante mais agilidade ao estudo e ao processo de licenciamento da obra”, disse Demachki.
Uma das vantagens oferecidas pelo governo paraense reside no fato de que o licenciamento ambiental da nova ferrovia já está sendo conduzido por órgãos estaduais, com possibilidade de o vencedor do contrato de concessão iniciar os trabalhos com a licença em mãos.
Agora, de posse dos estudos sobre a ferrovia, a companhia chinesa irá aprofundar os estudos sobre o assunto e manter contato com o governo paraense para analisar o projeto e estudar a possibilidade de investir no Pará. “Este encontro foi muito importante, pois conhecemos mais profundamente o projeto e percebemos o quanto o governo está comprometido em fazer obras no Estado”, comentou Chang Yunbo. Além disso, o presidente da CCCC reconheceu a importância do encontro para conhecer o potencial do Pará devido à sua posição geográfica estratégica, sua riqueza natural e possível integração entre diversos modais de transporte. “Vamos acompanhar de perto e estudar mais detalhadamente com nossos técnicos, pois certamente este projeto precisa de um forte investimento, e outras companhias também podem conhecer, estudar e se interessar por ele”, comentou Chang Yunbo.