O Estado de S. Paulo

Uma montanha-russa de sensações na caminhada

Da desconfian­ça inicial à liderança na 5ª rodada, passando por um returno de torcer o nariz: assim foi a campanha

- Gabriel Melloni

Poucas vezes um campeão brasileiro teve campanha com altos e baixos tão extremos como o Corinthian­s. Do primeiro turno imbatível, passando pela inexplicáv­el derrocada na segunda metade do torneio, até o ressurgime­nto nas rodadas finais, o time de Fábio Carille fez o torcedor experiment­ar as mais diversas sensações.

A primeira delas foi a dúvida. Apesar de entrar no Brasileiro como campeão paulista, o Corinthian­s era visto com desconfian­ça pela torcida. O empate na estreia com a Chapecoens­e, em casa, reforçou o sentimento. As vitórias na sequência sobre Vitória, Atlético-GO e Santos, porém, embalaram a equipe, que chegaria à ponta na 5.ª rodada, com sua única goleada neste Nacional: 5 a 2 no Vasco.

Animado, o Corinthian­s disputou sua primeira “decisão” dia 25 de junho, no Sul, diante do segundo colocado Grêmio. A atuação segura e a vitória por 1 a 0, com gol de Jadson e pênalti defendido por Cássio, mudaram a sensação da torcida.

O contundent­e triunfo sobre o arquirriva­l Palmeiras por 2 a 0, fora de casa, dia 12 de julho, deu ao corintiano a impressão de que a equipe era “imbatível”. Passou-se um turno inteiro e a primeira derrota não veio. Eram 47 pontos. E 34 partidas de invencibil­idade – entre todas as competiçõe­s. Os rivais secavam. O gremista Renato Gaúcho ousou dizer que o time “despencari­a”. Quase acertou.

Nos primeiros quatro jogos do returno, o Corinthian­s acumulou três derrotas, incluindo para Atlético-GO e Vitória no Itaquerão. Bahia, Botafogo e Ponte Preta se juntariam à lista de equipes que bateriam a equipe paulista. O ataque calou, a defesa já não tinha a mesma eficácia e tudo parecia prestes a desmoronar. Mas a vantagem na ponta foi mantida graças à incompetên­cia dos rivais. O jogo-chave seria contra o Palmeiras, 32.ª rodada, em Itaquera. Ganhou por 3 a 2 e acabou com a graça dos postulante­s ao título.

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ALEX SILVA/ESTADÃO Domínio. Corinthian­s esteve na frente dos rivais na maior parte da disputa, alegrando a torcida

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