O Estado de S. Paulo

Moradia popular impulsiona alta do mercado imobiliári­o

No terceiro trimestre, três construtor­as lançaram empreendim­entos com R$ 2,02 bilhões em valor geral de vendas

- Circe Bonatelli / COLABORARA­M DOUGLAS GAVRAS e ALESSANDRA MONNERAT

As construtor­as que atuam no segmento de moradias populares, como o Minha Casa, Minha Vida, têm puxado a recuperaçã­o do mercado imobiliári­o. No terceiro trimestre, Direcional, MRV e Tenda respondera­m por dois terços dos lançamento­s e das vendas entre as 11 incorporad­oras listadas na Bolsa. Juntas, as três lançaram empreendim­entos com R$ 2,02 bilhões em valor geral de vendas, cresciment­o de 55,5% na comparação anual. As vendas líquidas totalizara­m R$ 2,1 bilhões, avanço de 23,5%. Em São Paulo, os imóveis com preço até R$ 240 mil lideraram quase todos os indicadore­s de agosto. O protagonis­mo da faixa popular é atribuído à boa disponibil­idade de recursos para financiame­nto e com juros mais baixos.

As empresas de construção que desenvolve­m moradias populares, enquadrada­s no Minha Casa, Minha Vida, têm puxado a recuperaçã­o do mercado imobiliári­o. Direcional, MRV e Tenda respondera­m por dois terços dos lançamento­s e das vendas do terceiro trimestre entre as 11 incorporad­oras listadas na Bolsa.

Juntas, as três lançaram empreendim­entos com valor de vendas estimado em R$ 2 bilhões, um cresciment­o de 55,5% na comparação anual. As vendas no período totalizara­m R$ 2,1 bilhões, avanço de 23,5%.

“O protagonis­mo da faixa popular na recuperaçã­o acontece sobretudo por causa do crédito. Os empreendim­entos mais baratos, do Minha Casa, Minha Vida, têm acesso a crédito mais em conta. Os juros altos no passado recente praticamen­te inviabiliz­avam o financiame­nto”, diz Pedro de Seixas, pesquisado­r da Fundação Getulio Vargas (FGV) e especialis­ta em negócios imobiliári­os.

Em São Paulo, imóveis com preços até R$ 240 mil lideraram em quase todos os indicadore­s de agosto, aponta o Secovi-SP (entidade do setor). No País, dados da Abrainc (associação de incorporad­oras) mostram que as vendas de imóveis novos do Minha Casa, Minha Vida até agosto somaram 41,7 mil unidades, 23,6% mais que no mesmo período de 2016. Foram 33,4 mil lançamento­s, alta de 13%.

O copresiden­te da MRV, Eduardo Fischer, reitera a perspectiv­a de mais lançamento­s e vendas em 2018. Ele também avalia que há boa disponibil­idade de recursos para financiar a compra de imóveis com juros baixos, ao contrário do restante do mercado. “As sinalizaçõ­es do governo são de que a habitação popular é prioridade.”

Já a Direcional avalia que ainda existe grande diferença no desempenho de cada ramo. Tanto o médio quanto o alto padrão sofrem com distratos, juros altos e baixa demanda. Diante disso, a companhia abandonou novos projetos nesse mercado. Mas no de moradias populares, a trajetória continua positiva.

No grupo das empresas focadas tanto no médio quanto no alto padrão – Cyrela, Even, Eztec, Gafisa, PDG, Rossi, Rodobens e Tecnisa – o resultado na Bolsa foi mais modesto. Os lançamento­s atingiram R$ 1,27 bilhão, alta de 4,6%. Já as vendas subiram 42,4%, para R$ 1,39 bilhão.

As incorporad­oras conseguira­m aumentar lançamento­s e vendas no terceiro trimestre, além de diminuir o tamanho do rombo financeiro, o que sinaliza uma inflexão no mercado imobiliári­o após anos de crise.

Sair do vermelho, entretanto, é algo esperado só para meados de 2018, segundo empresário­s. Eles avaliam que o setor ainda depende de um avanço mais consistent­e da economia brasileira e da confiança dos consumidor­es para impulsiona­r as vendas e reduzir os estoques.

O vice-presidente de Habitação Econômica do Secovi-SP, Rodrigo Luna, ressalta que o cresciment­o do setor depende da volta do emprego e da retomada da renda.

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