O Estado de S. Paulo

Após desistir de farinata, Doria amplia merenda orgânica

- Marcelo Osakabe

Após a polêmica envolvendo a oferta da farinata a moradores de rua e alunos da rede municipal, a Prefeitura de São Paulo anunciou o Programa Alimento Saudável, com o objetivo de ampliar a compra de orgânicos utilizados na merenda das escolas da rede. O programa apresentad­o ontem pela gestão João Doria (PSDB) prevê também criar 200 hortas pedagógica­s nas escolas e ampliar as compras de produtores familiares e de agricultor­es locais. O gasto com orgânicos este ano deve chegar a R$ 4,5 milhões.

A oferta de alimentos orgânicos aumentou, segundo o secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider. Até o ano passado, apenas o arroz vinha de produtores que não utilizam produtos químicos. Neste ano, a lista inclui bananas, hortaliças, verduras e açúcar. Outros produtos industrial­izados foram substituíd­os. No lugar de salsicha, por exemplo, carne de porco foi incluída no cardápio. A rede municipal fornece 2,2 milhões de refeições por dia.

Apelidada de “ração humana”, a farinata, composto produzido com alimentos perto da data de vencimento, teve forte reação contrária de especialis­tas e pais de alunos, o que levou Doria a abandonar a ideia. Ontem, o prefeito reiterou ter desistido do projeto de usar a farinata na merenda.

“Decretamos que não utilizarem­os a farinata, não pelo aspecto intrínseco, mas pela polêmica em torno dela. Entendemos que não seria adequado insistir nesse projeto”, disse.

Ciclovias. O prefeito ainda afirmou ontem que vai manter a sinalizaçã­o de ciclofaixa­s nas vias que passarem pelo recapeamen­to. “São programas distintos, complement­ares e integrados”, afirmou Doria.

Ativistas temiam que a malha cicloviári­a pudesse ser reduzida, por causa da nova legislação sobre o tema, sancionada na semana passada, que retira a ciclofaixa da lista de prioridade­s do sistema cicloviári­o municipal.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil