Após desistir de farinata, Doria amplia merenda orgânica
Após a polêmica envolvendo a oferta da farinata a moradores de rua e alunos da rede municipal, a Prefeitura de São Paulo anunciou o Programa Alimento Saudável, com o objetivo de ampliar a compra de orgânicos utilizados na merenda das escolas da rede. O programa apresentado ontem pela gestão João Doria (PSDB) prevê também criar 200 hortas pedagógicas nas escolas e ampliar as compras de produtores familiares e de agricultores locais. O gasto com orgânicos este ano deve chegar a R$ 4,5 milhões.
A oferta de alimentos orgânicos aumentou, segundo o secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider. Até o ano passado, apenas o arroz vinha de produtores que não utilizam produtos químicos. Neste ano, a lista inclui bananas, hortaliças, verduras e açúcar. Outros produtos industrializados foram substituídos. No lugar de salsicha, por exemplo, carne de porco foi incluída no cardápio. A rede municipal fornece 2,2 milhões de refeições por dia.
Apelidada de “ração humana”, a farinata, composto produzido com alimentos perto da data de vencimento, teve forte reação contrária de especialistas e pais de alunos, o que levou Doria a abandonar a ideia. Ontem, o prefeito reiterou ter desistido do projeto de usar a farinata na merenda.
“Decretamos que não utilizaremos a farinata, não pelo aspecto intrínseco, mas pela polêmica em torno dela. Entendemos que não seria adequado insistir nesse projeto”, disse.
Ciclovias. O prefeito ainda afirmou ontem que vai manter a sinalização de ciclofaixas nas vias que passarem pelo recapeamento. “São programas distintos, complementares e integrados”, afirmou Doria.
Ativistas temiam que a malha cicloviária pudesse ser reduzida, por causa da nova legislação sobre o tema, sancionada na semana passada, que retira a ciclofaixa da lista de prioridades do sistema cicloviário municipal.