O Estado de S. Paulo

Vaga deixa povo peruano em êxtase

Ontem foi feriado no País, para que todos pudessem comemorar a volta ao Mundial depois de 36 anos

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Um dia histórico e de comemoraçõ­es em doses cavalares. A quinta-feira no Peru, dia seguinte à classifica­ção ao Mundial de Rússia, foi de êxtase completo. O fim dos 36 anos de espera para voltar a disputar uma Copa do Mundo veio com a vitória por 2 a 0 sobre a Nova Zelândia, em Lima, pela repescagem, e contagiou até os mais altos escalões do governo.

O resultado levou o Ministério do Trabalho do Peru a decretar feriado, com a aprovação do presidente da República, Pedro Pablo Kuczynski. A medida foi anunciada dias antes do jogo decisivo e teve como objetivo liberar os cidadãos para curtirem a classifica­ção histórica. O Peru não disputa uma Copa do Mundo desde 1982. Nenhum jogador da seleção atual havia nascido naquela época.

O dia de folga dos trabalhado­res do país ganhou um incentivo de uma das principais operadoras locais de telefonia celular. A empresa prometeu aos usuários liberar o uso de dados para publicaçõe­s de vídeos e fotos nas redes sociais durante todo o dia de ontem.

A comemoraçã­o dos torcedores lotou as ruas e se estendeu aos políticos. O presidente do país comemorou: “Esperamos mais de 35 anos para estar novamente em um Mundial. Obrigado, guerreiros, por essa alegria. Vamos comemorar com responsabi­lidade”, disse Kuczynski.

O colega argentino, Maurício Macri, também deixou uma mensagem: “Estou muito feliz pela comemoraçã­o do Peru à Copa. Felicidade­s ao querido povo peruano”, afirmou.

O ex-jogador argentino Diego Maradona cumpriment­ou no Twitter o técnico Ricardo Gareca. Os dois jogaram juntos pela seleção argentina na década de 1980. O ex-camisa 10 disse ser merecida a classifica­ção peruana à Rússia.

Gareca festejou a vaga do Peru e não deixou de destacar a participaç­ão de Paolo Guerrero. O atacante do Flamengo, um dos destaques do Peru nas Eliminatór­ias, ficou de fora da repescagem por conta da suspensão por doping.

“Paolo é um símbolo nosso, é um ídolo para todos”, declarou o treinador, que deve ser mantido no cargo para a disputa do Mundial da Rússia. O atacante Jefferson Farfán também dedicou o triunfo sobre a Nova Zelândia, por 2a0, ao companheir­o de time. “Dedico esta vitória ao Paolo. Eu prometi a ele que conseguirí­amos.”

O autor do gol que abriu o placar se envolveu em uma confusão durante a madrugada. Agredido por um torcedor bêbado, Farfán revidou. O incidente foi registrado em vídeo e publicado nas redes sociais.

O triunfo peruano aconteceu diante da torcida, em Lima, no jogo da volta da repescagem das Eliminatór­ias. O jogo de ida, em Wellington, acabou 0 a 0. “Sentimos uma grande emoção com todo o apoio do povo peruano ”, disse Gareca, que treinou o Palmeiras em 2014.

O treinador admitiu que a equipe entrou em campo pressionad­a. E revelou que os jogadores contaram com o apoio de um psicólogo.

Meia do São Paulo, Cueva se mostrou aliviado pela conquista. “Foi uma espera de 35 anos. Não merecíamos ter ficado de fora da Copa por tanto tempo”, disse o jogador, responsáve­l pelos dois gols na equipe diante da Nova Zelândia. “Todos os peruanos devem aproveitar esta quinta-feira para celebrar como nunca”, afirmou Cueva.

Reclamação. A seleção da Nova Zelândia se queixou depois do jogo do tratamento recebido em Lima durante a preparação. O técnico da equipe, Anthony Hudson, afirmou que na noite anterior à partida os jogadores não conseguira­m descansar porque houve foguetório do lado de fora do hotel.

“Pela manhã ainda uns caças com as cores da bandeira do Peru passaram perto da concentraç­ão, fazendo barulho. Só prosseguim­os porque estávamos determinad­os a lutar pela classifica­ção”, comentou.

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AFP Euforia de um país. Milhares de peruanos passaram a noite nas ruas celebrando a classifica­ção para a Copa do Mundo
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