Deputado ligado a Maia deve assumir Cidades
O deputado federal Alexandre Baldy (sem partido-GO) deve ser anunciado nos próximos dias como novo ministro das Cidades, em substituição a Bruno Araújo (PSDB-PE). A informação foi confirmada ao Estadão/Broadcast por pelo menos três fontes, entre elas um auxiliar do presidente Michel Temer.
Para assumir o cargo, Baldy vai se filiar ao PP, partido com a quarta maior bancada da Câmara e que pressionava Temer por mais espaço no governo. O parlamentar, que tem 37 anos, era filiado ao Podemos, mas já tinha decidido deixar a legenda após ser destituído da liderança da bancada na Casa, em agosto deste ano.
O nome de Baldy para Cidades foi definido ontem durante reunião entre Temer e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O parlamentar fluminense foi um dos principais articuladores da indicação de Baldy, que está no primeiro mandato como deputado federal. O futuro ministro das Cidades é um dos aliados mais próximos de Maia na Casa.
A sua nomeação agrada aos principais partidos do Centrão, grupo do qual o PP faz parte, além de PR, PSD e PRB. “É um nome que agrada a todo mundo”, afirmou o líder do PR na Câmara, deputado José Rocha (BA). “É um parlamentar querido”, disse o deputado Marcos Montes (MG), líder do PSD.
O comando do Ministério das Cidades está vago desde segunda-feira passada, após Araújo, então titular da pasta, pedir demissão. O deputado tucano alegou que não possuía mais apoio interno no PSDB para permanecer no cargo. A legenda tucana indica que vai desembarcar do governo do presidente Michel Temer até o fim do ano.
Outras legendas da base também cobiçavam o controle do Ministério das Cidades, entre eles, PMDB, PSD e DEM. Apesar de possuir o 11.º maior orçamento da Esplanada (R$ 10,1 bilhões), a pasta é cobiçada porque comanda programas com impacto nas bases eleitorais, como construção de moradias e transportes urbanos.
Divisão. Para resolver a disputa, Temer deve dividir o controle do ministério. Pela negociação, não haverá “porteira fechada”, que, no jargão político, significa distribuição de todos os cargos de um ministério para um só partido. A ideia é dividir os postos de ministro e o comando das secretarias de Habitação e Saneamento.