O Estado de S. Paulo

Campeão encara o frustrado Flamengo

Corinthian­s, que apostou na base e em reforços pontuais, pega rival do Rio, que investiu muito e não teve resultado

- Daniel Batista

Corinthian­s e Flamengo se enfrentam hoje, na Ilha do Urubu, às 17h, em confronto que serve para demonstrar que nem sempre ter dinheiro e fazer contrataçõ­es milionária­s são sinônimos de sucesso. Vide o atual campeão brasileiro, que apostou na base, em reforços com histórico no clube e sem custar fortunas, ao contrário do rival carioca, que montou uma seleção no papel que não deu o retorno esperado dentro de campo.

Dos 33 jogadores campeões brasileiro­s de 2017, 14 deles vieram da base corintiana. Entre eles, três titulares – Fagner, Guilherme Arana e Jô – e mais dois que participar­am de muitos jogos – Pedro Henrique e Maycon.

A diretoria também buscou dois atletas com passagens marcantes pelo clube, casos de Jô e Jadson. Ambos chegaram desacredit­ados e tiveram importânci­a ao longo da disputa. Acima de tudo, sabiam onde estavam pisando. Isso faz diferença. Eram caras novas de um passado conhecido. Jô é o artilheiro do Brasileiro, com 18 gols, enquanto Jadson teve bom desempenho no primeiro turno, apesar da queda em parte no segundo.

Taticament­e, Carille não se rendeu às cobranças para mexer na formação da equipe e jamais abriu mão do 4-5-1, padrão adotado desde os tempos de Tite. Mas trocou Jadson por Clayson e Maycon por Camacho. Foi só.

O Flamengo é muito mais imponente no papel, mas não em campo. Coleciona decepções. Apesar do título Carioca, o ano tem sido de lamentação. Everton Ribeiro custou R$ 22 milhões e Diego saiu por R$ 5 milhões.

Ambos recebem cerca de R$ 1 milhão por mês, assim como Guerrero e Geuvânio. Rhodolfo chegou por R$ 4 milhões e também tem salário salgado.

O elenco recheado de estrelas não engrenou na mão de Zé Ricardo, que conquistou o Estadual, mas não teve vida longa no Brasileiro e viu o time cair na fase de grupos da Libertador­es. A pressão aumentou. Chegou Reinaldo Rueda, que mudou o esquema tático e mexeu nas peças. Mas os resultados ainda não empolgam a torcida rubro-negra.

Hoje, o clima no estádio será de cobrança em cima dos flamenguis­tas. Os jogadores foram pressionad­os pelos torcedores no retorno ao Rio após a derrota para o Coritiba, na quinta-feira.

Para piorar, Rueda não tem quem escalar. Renê, Vinicius Junior e Paquetá estão suspensos; Guerrero continua punido pela Fifa por doping; Réver e Berrío estão machucados. Everton corre risco de também ficar fora. Ele será reavaliado pelos médicos.

O Flamengo ainda tem um objetivo: se garantir na Libertador­es. O Corinthian­s já está lá. O objetivo do time no Rio é fazer de Jô o artilheiro do Brasileiro. Ele inicia a 36.ª rodada na ponta, com 18 gols, um a mais do que Henrique Dourado, do Fluminense.

 ?? LUIS MOURA/WPP/ESTADÃO CONTEÚDO-13/11/2017 ?? 18 gols. Jô está à frente para terminar como goleador
LUIS MOURA/WPP/ESTADÃO CONTEÚDO-13/11/2017 18 gols. Jô está à frente para terminar como goleador

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil