O Estado de S. Paulo

Pauta congestion­ada

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Ministros do Supremo Tribunal Federal manifestam, nos bastidores, perplexida­de pelo fato de a presidente da Corte, Cármen Lúcia, ter incluído em dias consecutiv­os na pauta votações importante­s como o habeas corpus de Antonio Palocci e a revisão da extensão do foro privilegia­do. No entendimen­to de alguns deles, o “encavalame­nto” de discussões tão complexas, ainda mais sem quórum completo, pode levar a que haja novo adiamento da decisão sobre o foro.

Existe uma regra não escrita no Supremo segundo a qual questões controvers­as, e que tenham suscitado entendimen­tos divergente­s das duas Turmas, por exemplo, só sejam debatidas pelo pleno com os 11 ministros presentes. Ocorre que Ricardo Lewandowsk­i está de licença médica e não participar­á das sessões desta semana.

O relator do HC de Palocci, Edson Fachin, deve apresentar um voto bastante longo e provocar os colegas a discutir questões de fundo, e não só o pedido do ex-ministro. Ele quer aproveitar o caso Palocci para discutir mais detidament­e os casos em que cabe habeas corpus ao STF e até a extensão das prisões preventiva­s.

Para Fachin, existe uma tentativa de “demonizar” o instrument­o – quando, em muitos casos recentes, ficou comprovado que, mesmo em prisão domiciliar, réus ou denunciado­s continuam cometendo crimes. Diante da complexida­de da situação, poucos acreditam que a questão do foro privilegia­do seja discutida agora. Se chegar a ser iniciada pode ser, inclusive, interrompi­da por outro pedido de vista – o que daria à Câmara alguma dianteira para decidir antes sobre o assunto.

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