O Estado de S. Paulo

Relator do Orçamento apresenta fundo eleitoral menor em 2018

Cacá Leão (PP-BA) quer destinar R$ 1,5 bi para as eleições, R$ 275 mi a menos do que o aprovado no Congresso

- Lorenna Rodrigues / BRASÍLIA

O fundo eleitoral aprovado pelo Congresso pode ficar menor do que o previsto pelos parlamenta­res em outubro. O relator da proposta de Orçamento para 2018, Cacá Leão (PP-BA), quer destinar R$ 1,5 bilhão para as eleições, R$ 275 milhões a menos do que os R$ 1,75 bilhão previstos no projeto original. O projeto também pode impedir que despesas da União sejam canceladas pelo presidente Michel Temer para aumentar a verba destinada ao custeio de campanhas políticas.

A proposta de Leão, que será apresentad­a por meio de uma emenda, prevê que o fundo eleitoral receba apenas 30% das emendas de bancadas, o equivalent­e a R$ 1,32 bilhão. A lei atual permite que seja destinado no mínimo 30% dessas emendas, o que poderia aumentar o valor final da fonte de financiame­nto eleitoral. Ainda comporiam os recursos do fundo tributos que a Receita Federal arrecadará com o fim horário político gratuito fora do período eleitoral – a previsão no Orçamento para 2018 é de R$ 168 milhões.

Uma segunda emenda, apresentad­a pelo senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), quer impedir que o chefe do Executivo cancele despesa em outra área para ampliar os recursos do fundo. A proposta deve ser acolhida pelo relator-geral do Orçamento. Ambas ainda vão a votação na Comissão Mista de Orçamento (CMO) e no plenário do Congresso Nacional, que deverá pressionar para aumentar os valores destinados às campanhas.

Ontem, a comissão aprovou o relatório de receitas do Projeto de Lei Orçamentár­ia de 2018, apresentad­o por Oliveira, que cuidou da relatoria de Receitas da CMO. A principal modificaçã­o no texto enviado pelo governo foi o aumento na previsão de cresciment­o do PIB de 2018 de 2% para 2,5%.

As modificaçõ­es representa­ram um acréscimo de R$ 5,6 bilhões na projeção de receitas. Com as despesas previstas na peça orçamentár­ia já próximas do teto de gastos, a arrecadaçã­o adicional, em princípio, será usada para reduzir o déficit esperado para 2018.

Para o relator Cacá Leão, os recursos poderão ser destinados a despesas não sujeitas ao teto, como os gastos com a realização de eleições e com o aumento de capital de empresas estatais não dependente­s do Tesouro Nacional, como Petrobrás e Caixa Econômica Federal. O relatório preliminar do deputado deverá ser apresentad­o hoje à comissão.

Oliveira, que chegou a dizer que iria incluir no Orçamento os recursos das contribuiç­ões de empresas ao Sistema S, acabou deixando essas as receitas de fora. Segundo o relator, para incluir os recursos na peça orçamentár­ia era necessária previsão anterior na Lei de Diretrizes Orçamentár­ias de 2018. “O Congresso está cometendo uma anomalia fiscal nos últimos anos ao não incluir os tributos no Orçamento”, afirmou.

O Orçamento deve ir a Plenário no Congresso no dia 20 de dezembro.

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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO–18/10/2017 Senador. Ataídes também apresentou emenda sobre fundo

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