Grêmio inicia decisão histórica para Renato
Provocador e de estilo boleiro, ele tem por meta tornar-se o 1º brasileiro campeão do torneio como jogador e treinador
A ambição do momento de Renato Gaúcho é tornar-se o primeiro brasileiro campeão da Libertadores como jogador e treinador. Esta noite, poderá dar o penúltimo passo para concretizá-la. O Grêmio recebe o Lanús às 21h45 na primeira partida da final do torneio deste ano e Renato espera dar um passo positivo, representado por vitória contundente, que possa dar maior tranquilidade para o jogo da semana que vem na Argentina. Ele sabe a importância de começar bem uma decisão.
Essa foi uma das coisas que Renato aprendeu ao longo da carreira iniciada em 2000, após bem-sucedida trajetória dentro de campo. Treinador das “antigas”, ele não abandona o jeito boleiro. É daqueles que defendem que futebol se aprende na prática e mostra até um certo desprezo por colegas que batem no peito ao dizer que foram à Europa aprender os métodos deste ou daquele treinador.
“Futebol é como andar de bicicleta. Quem sabe, sabe. Quem conhece não desaprende. Quem precisa aprender, estuda, vai para a Europa. Quem não precisa, vai para a praia. Eu posso ir para a praia”, diz.
O gaúcho de Guaporé, de 55 anos, sempre foi assim. Fala o que pensa, é um provocador. Mas também sabe ser um líder positivo. Defende com vigor seus atletas e “ganha o grupo”. É respeitado e tem jogadores que acreditam piamente no que ele diz. “Sempre falo que sou o psicólogo deles”, afirma.
Outra característica de Renato é a confiança. Ele não tem dúvida de que é um técnico de primeira linha e que um dia chegará à seleção brasileira. Quem o acompanha de perto, assegura que Renato é um “trabalhador”. Assim, dizem, montou um time que joga à base de triangulações, aproximação e prefere a bola no chão ao chuveirinho. Também estuda os pontos fortes e fracos dos adversários.
Gremista de coração, campeão da Libertadores em 1983, ele já reivindicou ter uma estátua no clube se vencer também como treinador. “A história ninguém apaga”, filosofa.