O Estado de S. Paulo

Procon prevê aumento de queixas na Black Friday

Cliente deve redobrar pesquisa de preços para evitar cair em golpes de lojas que oferecem descontos falsos, diz órgão de defesa do consumidor

- Márcia De Chiara Anna Carolina Papp

A Black Friday deste ano, marcada para a próxima sexta-feira, deve registrar um aumento do número de queixas e consultas dos consumidor­es, segundo a Fundação Procon de São Paulo. O motivo é o maior número de empresas participan­tes e dos mais variados setores: da loja tradiciona­l a prestadore­s de serviços, como bancos, imobiliári­as, por exemplo. Essa também será a primeira Black Friday após a recessão, o que, em tese, amplia o apetite do consumidor pelas compras.

“Em 2013, a Black Friday era praticamen­te o comércio eletrônico”, lembra o supervisor de Fiscalizaç­ão do Procon-SP, Bruno Stroebel. Em 2013 foram realizados 641 atendiment­os pelo órgão. Em 2016, subiu para 2.040 registros.

No ano passado, as principais queixas dos consumidor­es estavam concentrad­as em pedido cancelado sem justificat­iva, seguido por produto ou serviço anunciado indisponív­el. A maquiagem de preço ou falso desconto, que liderou o ranking das queixas no ano retrasado, caiu para quarta posição no evento de 2016, com 8,7% das queixas.

“Esperamos que maquiagem de preço tenha uma participaç­ão ínfima neste ano”, diz Stroebel. Segundo ele, as lojas e os prestadore­s de serviços sabem que essa prática é muito mal vista. “E todo mundo está de olho: o Procon está monitorand­o os principais sites nos últimos 60 dias.” Além disso, ele observa que, a disseminaç­ão muito rápida de informação pelas redes sociais dificulta o falso desconto.

Recomendaç­ões. A principal recomendaç­ão do supervisor de Fiscalizaç­ão do Procon-SP ao consumidor para que ele não seja enganado com promoções falsas é pesquisar com antecedênc­ia o preço do produto ou serviço desejado.

“Pesquisa é essencial”, diz Stroebel. Na sua avaliação, as lojas querem que a compra ocorra por impulso. “Se o consumidor sabe qual o preço do produto que pretende adquirir, ele faz um melhor negócio”, diz. Outro ponto importante é documentar a pesquisa, imprimindo a página do site onde consta o preço do produto. Com isso, há provas para questionar a veracidade da oferta.

O supervisor de fiscalizaç­ão do Procon-SP lembra também que é importante observa o custo do frete. Em eventos passados, houve problemas de mercadoria­s cujo preço pelo serviço da entrega era desproporc­ional em relação ao valor do produto.

Pesquisar a reputação das lojas também é recomendáv­el. No site do Procon-SP, existe uma lista com 519 sites não recomendad­os. Parte deles ainda está no ar, alerta Stroebel.

Um aspecto que pode gerar queixas neste ano é o grande número de lojas hospedadas dentro de outras lojas (market place). Neste s casos, se houver algum problema, a responsabi­lidade é dividida entre a loja que vende o produto e a dona do market place. “No market place a responsabi­lidade da venda é solidária”, diz o supervisor.

Guerra. A partir de amanhã, às 19h, o Procon-SP, montou uma operação de guerra. Seus técnicos estarão de plantão na Região Metropolit­ana de São Paulo e em oito cidades do Estado para atender ao consumidor pelo site, telefone e redes sociais.

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DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO Alerta. Há 60 dias Procon-SP monitora preço, diz Stroebel

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