Novo plano da Oi amplia poder de donos de títulos
Credores chamados de ‘bondholders’ poderão ficar com até 65% da tele, segundo proposta a ser discutida hoje
Os membros do conselho de administração da Oi discutirão hoje, no Rio de Janeiro, novos termos para atualizar o plano de recuperação judicial da tele, em mais uma tentativa de resolver os problemas da empresa, que está em recuperação judicial há um ano e meio.
A maior novidade do novo plano é a possibilidade de entregar até 65% das ações da Oi para os credores que possuem títulos internacionais emitidos pela companhia (bondholders). Esse porcentual será alcançado se forem cumpridos os mecanismos previstos no novo plano para aporte de recursos e conversão de dívidas. Nas propostas anteriores, esse patamar não passava de 25%.
Segundo fontes próximas ao assunto, a nova versão em análise modifica propostas defendidas inicialmente pelo acionista mais influente da Oi, Nelson Tanure. Algumas medidas tomadas por Tanure nas últimas semanas enfrentarem resistência da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), dos credores e da diretoria da empresa.
Os novos termos, segundo fontes, estabelecem que a capitalização pode totalizar R$ 11 bilhões, sendo R$ 3 bilhões pela conversão das dívidas em ações e R$ 8 bilhões pela injeção de novos recursos. A ideia é que o aporte dos bondholders suba de R$ 3,5 bilhões, conforme previsto na versão anterior, para até R$ 5,5 bilhões. Já o desembolso dos acionistas seguiria em R$ 2,5 bilhões.
Sem comissão. Outra novidade é que aquele credor que assinar o termo de compromisso (PSA, na sigla em inglês) para aprovar o plano de recuperação da Oi na assembleia e participar da injeção de recursos só receberá o pagamento da comissão quando a capitalização for efetivada. A companhia ainda terá o direito de optar pelo pagamento em dinheiro ou em ações.
A versão anterior previa pagamento antecipado das comissões, em dinheiro, fato que enfrentou grande resistência da diretoria da Oi, empresa que tem dívida de R$ 64 bilhões e pouco fôlego para investimentos. Esse pagamento, que havia sido proposto no plano idealizado por Tanure e por outros atuais sócios da tele – como a Pharol, antiga Portugal Telecom – também foi criticado pela Anatel.
Para que seja apreciado na assembleia geral de credores marcada para 7 de dezembro, o novo plano deve ser protocolado até o próximo dia 27, conforme determinação judicial. Portanto, a reunião do conselho será decisiva para o andamento das conversas, que até aqui não tiveram consenso.