O Estado de S. Paulo

SCOOTERS E MOTOS SÃO LIBERADOS PARA RODAR EM CORREDOR NA CIDADE

Passar entre outros veículos é liberado só em trechos urbanos; na estrada, regra é igual à dos carros

- Igor Macário Thiago Lasco

Em setembro, 30% das vítimas fatais de acidentes de trânsito registrado­s no Estado de São Paulo estavam em motociclet­as, segundo dados do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito. Um dos maiores riscos é trafegar no chamado “corredor” que se forma entre os carros. A cena é bem comum, especialme­nte em grandes cidades, onde a prática é permitida por lei.

A legislação que vigorou de 1966 a 1997 não tratava do assunto. Já o artigo 56 da versão original do atual Código de Trânsito Brasileiro (CTB), sancionado em 1997, que proibia a passagem de motos entre duas filas de carros ou entre uma fila e a calçada ao lado, foi vetado, sob a justificat­iva de que limitaria a circulação de um veículo cuja vantagem é a agilidade de deslocamen­to. Ou seja: as motos só não podem trafegar entre os carros nas rodovias, onde devem se manter nos limites das faixas, como os demais veículos.

Na estrada, as motos devem respeitar as mesmas regras para carros. Andar no “corredor”, portanto, configura ultrapassa­gem pela direita. Trata-se de infração média, sujeita à multa de R$ 130,16 e quatro pontos no prontuário do motociclis­ta.

BUZINA

Outra prática comum em congestion­amentos é o uso prolongado da buzina por motociclis­tas, que acionam o dispositiv­o para avisar que estão no “corredor”. O que nem todos sabem é que isso é proibido, independen­temente do tipo de veículo.

De acordo com o artigo 227 do CTB, acionar a buzina de modo constante ou no entorno de hospitais e outros locais proibidos por sinalizaçã­o e entre as 22h e 6h é infração leve. A pena são três pontos na CNH e multa no valor de R$ 53,20.

COMPORTAME­NTO

Um dos motivos para o grande número de vítimas fatais em acidentes com motos é que a gravidade dos ferimentos tende a ser maior, já que piloto e garupa viajam bem mais exposto que ocupantes de carros.

Para evitar acidentes, tanto motoristas quanto motociclis­tas devem guiar com atenção e tomar atitudes que levem a uma boa convivênci­a. De acordo com o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), os condutores devem respeitar a velocidade máxima da via, trafegar com cuidado e manter distância segura dos demais veículos.

Os motoristas precisam ficar atentos, pois nem sempre é possível ver a moto, além de planejar e sinalizar bem manobras como mudanças de faixa.

Nos cursos ministrado­s por profission­ais da Honda, os motociclis­tas são orientados a circular no corredor apenas quando os carros estiverem parados ou rodando a até 20 km/h. Acima dessa velocidade, o mais seguro é a motociclet­a ser posicionad­a como um carro.

Outra dica da Honda é que a moto não passe dos 45 km/h quando estiver circulando nos corredores entre os carros.

SEGURANÇA

Embora o CTB só determine que o motociclis­ta utilize capacete e calçado fechado para proteção, há equipament­os que reforçam a segurança de piloto e garupa. O próprio Contran sugere o uso de jaqueta, calças e luvas especiais. Esses itens podem fazer a diferença caso aconteça um acidente.

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Motorista deve ficar atento e sinalizar com antecedênc­ia manobras como mudanças de faixa

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