O Estado de S. Paulo

Nem a tecnologia mais avançada é capaz de superar o silêncio

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Osubmarino argentino ARA San Juan pode ser agora apenas um tubo negro de metal semiatolad­o no Atlântico Sul, ao largo de Mar del Plata, sob mau tempo e poderosas ondas. Mas talvez haja uma boa chance de localizá-lo. Estão na área, empenhados nas buscas, três dos mais bem preparados aviões especializ­ados em operações de vigilância, patrulha e combate antissubma­rino, capazes de encontrar as 2.100 toneladas do navio perdido.

O Brasil enviou um P3-AM, recheado de sensores digitais de tecnologia avançada a ponto de várias de suas funções serem considerad­as secretas. “Basta que alguém respire a bordo ou uma válvula seja acionada, o P3-AM vai saber”, disse ontem um analista de informaçõe­s da Força Aérea. A FAB opera nove unidades do grande avião de quatro motores, versão militar do civil Electra, com capacidade para cumprir missões de até 16 horas de voo. Os EUA despachara­m para as buscas o Boeing P-8A Poseidon, variante do B-737 de passageiro­s.

Segundo um piloto de testes dessa classe de aeronaves, os sistemas do jato patrulheir­o naval são sofisticad­os. Podem, por exemplo, indicar a rota de um submarino nuclear navegando a grande profundida­de apenas pela detecção da pequena alteração que o movimento provoca na superfície da água. Os olhos e ouvidos eletrônico­s podem muito, mas não podem tudo. Para funcionar bem é preciso que haja no San Juan algum tipo de atividade eletrônica, magnética ou apenas elétrica. A profundida­de e o silêncio são complicado­res.

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