PMDB aprova expulsão de Kátia Abreu
O Conselho de Ética do PMDB decidiu ontem expulsar do partido a senadora Kátia Abreu (TO). A decisão foi unânime. Os membros do colegiado acompanharam a recomendação do parecer que pedia o cancelamento da filiação partidária da senadora. O motivo oficial é a postura crítica da senadora ao governo Michel Temer e o fato de ela atuar de forma contrária às orientações do Palácio do Planalto no Senado.
A determinação será acatada de imediato pelo presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), que elogiou a decisão colegiada. “A medida demonstra nova fase de posicionamento do partido”, afirmou Jucá.
Em nota, Kátia Abreu disse que foi punida por “dizer não a cargos, privilégios ou regalias do poder”. “A mesma Comissão de ‘Ética’ não ousou abrir processo contra membros do partido presos por corrupção e crimes contra o País”, afirmou.
A senadora foi ministra da Agricultura do governo da presidente cassada Dilma Rousseff entre janeiro de 2015 e maio de 2016 e se posicionou contra o impeachment da petista.
Segundo o comunicado, por enquanto, a parlamentar deve ficar sem partido, mas conversará com “lideranças políticas sérias” para decidir o que fazer.
Após a notícia da expulsão de Kátia Abreu, o senador Renan Calheiros (AL), ex-presidente do PMDB, fez duras críticas à legenda. “O partido foi construído e se fez forte por respeitar as diferenças de opinião. Retirá-la das nossas fileiras é uma atitude que violenta as mais caras tradições de convivência e tolerância que sempre marcaram a vida do partido”, escreveu o senador em sua conta oficial no Twitter.
Defesa. Antes da decisão, Kátia Abreu chegou a encaminhar defesa para o Conselho de Ética na qual apontava “vícios processuais” no pedido de expulsão. Além disso, a senadora havia pedido para que fossem ouvidas 24 testemunhas, incluindo o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e os ministros Leonardo Picciani (PMDB-RJ), dos Esportes, e Gilberto Kassab (PSD-SP), titular da pasta de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Eunício também tentou atuar para que a senadora não deixasse a sigla.