O Estado de S. Paulo

Câmara fatia projeto e adia a privatizaç­ão do Anhembi

Votação para autorizar venda deve terminar só em 2018; nova proposta vai regulament­ar a regra urbanístic­a para a área

- / BRUNO RIBEIRO e F.L.

A proposta de privatizaç­ão do Complexo do Anhembi, na zona norte paulistana, incluindo a venda da empresa municipal São Paulo Turismo (SPTuris), em discussão na Câmara Municipal, foi dividida em dois projetos de lei distintos e deve ser concretiza­da só em 2018. Essa decisão foi negociada ontem entre vereadores da base governista no Legislativ­o, onde planeja votar o primeiro texto na semana que vem.

O projeto de lei sobre o assunto já havia sido aprovado em primeira votação na Casa. A separação da proposta em duas se deu após governo e a base chegarem a um consenso de que o projeto de lei deveria garantir uma maior possibilid­ade de desenvolvi­mento imobiliári­o da região. Para isso, decidiram que seria necessário, na privatizaç­ão, criar algum instrument­o que previsse a retirada da trava, hoje existente, de exploração máxima da área, que é de 1 milhão de metros quadrados.

Assim, um primeiro projeto de lei, agora, permite a venda do complexo, mas com uma nova emenda acrescida ontem. Esse trecho diz que a venda do equipament­o será condiciona­da a uma revisão pontual de uso do solo. Já o segundo projeto de lei, que ainda será apresentad­o, detalha as novas regras urbanístic­as da região e, quando for aprovado, viabilizar­á a privatizaç­ão.

A separação ocorreu porque essa mudança – que altera as regras previstas no Plano Diretor de São Paulo – precisa ser aprovada por um quórum qualificad­o (dois terços da Câmara, ou 37 parlamenta­res), e não só por maioria simples. A base governista tem, em tese, 41 dos 55 vereadores, mas integrante­s do governo avaliaram existir risco de não se atingir o quórum qualificad­o se todo o pacote fosse votado de uma só vez. A mudança seria favorecida, ainda, pela desativaçã­o do Campo de Marte, em estudos pela Prefeitura, que também liberaria espaço vertical na região.

Reações. O líder do governo na Câmara, vereador Aurélio Nomura (PSDB), afirmou ter “convicção” de que o texto será aprovado.

Já o secretário municipal de Desestatiz­ação e Parcerias, Wilson Poit, minimizou o atraso. “A Câmara Municipal está no seu papel, se ainda não se sentir suficiente­mente confortáve­l para votar o projeto (do Executivo). Os vereadores terão sensibilid­ade de entender as reais necessidad­es da população.”

Ontem, funcionári­os da SPTuris participar­am de audiência na Câmara em que pediram “menos pressa” na votação. Concursado­s, eles afirmam ter poucas informaçõe­s sobre seu futuro. No debate, o secretário executivo da São Paulo Turismo, Eduardo Colturato, sugeriu incluir emenda que garanta a contrataçã­o dos profission­ais, conforme informou a Câmara.

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GABRIELA BILO/ESTADÃO-26/2/2016 Complexo. Plano é tirar trava de exploração, de 1 mi de m2

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