O Estado de S. Paulo

Energia mais cara não impede novo recuo da inflação

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O aumento médio de 4,42% nas tarifas de energia elétrica respondeu pela metade da inflação medida pelo IPCA-15, mas esta inflação – de 0,32% no período de apuração (12 de outubro a 13 de novembro) – avançou apenas 2,58% neste ano e 2,77% em 12 meses. Não somente está sob controle, mas houve ligeira queda comparativ­amente ao IPCA-15 de outubro. É o sinal mais recente de que a inflação oficial de 2017 ficará em torno dos 3%, menor nível em 19 anos.

A alta do preço da energia afeta os custos das empresas e das famílias. Estas, no entanto, tiveram como contrapart­ida a queda de 0,25% nos preços médios de alimentaçã­o e bebidas. Ou seja, houve mais fartura na mesa, favorecida pelos preços do feijão carioca (–7,03%), do açúcar refinado (–4,52%), da farinha de mandioca (–4,25%) e dos ovos (–3,69%). Poucos produtos, entre aqueles com maior demanda, registrara­m alta, como batata inglesa, cenoura e carnes.

O IPCA-15 de novembro foi ligeiramen­te inferior ao esperado pelas consultori­as econômicas. Alguns itens, como saúde e cuidados pessoais e despesas pessoais, registrara­m altas superiores à do índice geral.

No período, o preço da gasolina subiu 1,53% e o do etanol aumentou 2,78%, mas o impacto no IPCA-15 foi, respectiva­mente, de 0,06 e de 0,03 ponto porcentual, influencia­ndo apenas o item transporte­s (+0,27%). A elevação das cotações internacio­nais do petróleo, agora repassada instantane­amente pela Petrobrás aos consumidor­es, explica a alta do preço da gasolina. Puxado pela eletricida­de, o avanço dos chamados preços administra­dos atingiu 7,13% em 12 meses, superando os 6,20% observados no IPCA-15 de outubro. A evolução superou as estimativa­s oficiais de alta de até 6% em 2017.

A inflação contida decorreu do comportame­nto muito favorável dos preços livres, que, em média, subiram apenas 1,36% nos últimos 12 meses, nível inferior ao observado em outubro (1,58%). Embora a inflação do grupo serviços tenha registrado alta de 4,53% em 12 meses, houve queda em relação aos 4,93% de outubro, enfatizou a consultori­a Rosenberg, ouvida pela Agência Estado.

A queda da inflação tem enorme impacto sobre a renda real dos trabalhado­res, além de facilitar a política do Banco Central para a taxa básica de juros, já reduzida de 13% em janeiro para 7,5%.

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