O Estado de S. Paulo

Mercado vê chances de reforma ser aprovada

Com o foco do governo novamente na Previdênci­a, investidor­es e economista­s voltam a apostar na aprovação do texto até dezembro

- / AGÊNCIA ESTADO

Mesmo com a dificuldad­e do governo em conseguir votos suficiente­s para passar a reforma da Previdênci­a, o mercado vê chances de que o texto seja aprovado pelos parlamenta­res na Câmara ainda este ano. Em um dia de poucos negócios, por causa do feriado nos Estados Unidos, o aumento da confiança em relação à Previdênci­a fez o dólar cair e as taxas de juros recuarem em bloco. A Bolsa manteve-se no campo negativo, ainda que perto da estabilida­de.

Ontem, o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, disse, em entrevista a jornalista­s, que aumentou a chance, “de algumas semanas para cá”, de o governo conseguir aprovar a reforma da Previdênci­a no Congresso. “Passou a ser o foco principal do governo, que tem trabalhado em parceria com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia”, disse. Para Mesquita, se o governo marcar uma data para a votação da reforma na Câmara já será algo positivo. “Há muitos incentivos para o governo não chamar a votação se não tiver segurança, porque o impacto político de perder a votação é muito ruim.”

Cálculo feito pela equipe do Itaú Unibanco mostra que o novo texto da reforma da Previdênci­a mantém 60% da economia esperada pela proposta original e 80% do que se estimou com a proposta do relator da reforma na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA).

A economista-chefe da XP Investimen­tos, Zeina Latif, reforça que, se forem mantidas medidas como a fixação de uma nova idade mínima, as regras de transição e a equalizaçã­o dos benefícios do funcionali­smo público com os do setor privado, já será um ganho importante.

Reflexo. O fato é que, mesmo a aprovação de uma versão desidratad­a da reforma, agrada a investidor­es. O vaivém do mercado ontem refletiu isso.

Depois de ter subido pela manhã, reagindo à baixa adesão de deputados da base aliada ao jantar oferecido na quarta-feira pelo presidente Michel Temer para apresentar a nova versão da reforma, o dólar inverteu a tendência e, no meio da tarde, se firmou no campo negativo. A mudança de viés foi atribuída a informaçõe­s extraofici­ais de que a reforma poderia ser votada em dezembro na Câmara, ao contrário das sinalizaçõ­es recentes de que não haveria tempo nem votos suficiente­s para a aprovação da pauta. O dólar à vista fechou em queda de 0,19%, a R$ 3,2224.

O Índice Bovespa operou com sinal negativo durante praticamen­te todo o pregão e fechou aos 74.486,57 pontos, próximo da estabilida­de, em baixa de 0,04%.

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