O Estado de S. Paulo

Governo ‘reduz’ PIB para fugir de pressão eleitoral

- COM NAIRA TRINDADE E LEONEL ROCHA

Foi para se livrar das pressões de parlamenta­res por mais gastos no ano eleitoral que o governo convenceu o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) a incluir uma previsão de cresciment­o do PIB no próximo ano de 2,5% e não de 3%, como desejava o tucano, que é relator de receitas da Comissão de Orçamento. O governo quer aproveitar a “sobra” para reduzir o déficit estimado em R$ 159 bilhões. O ministro Henrique Meirelles tem afirmado que vai ampliar a previsão da Fazenda. A expectativ­a do mercado é de cresciment­o acima de 3% no próximo ano.

» Déficit. Se o PIB crescer só 2,5% em 2018, a arrecadaçã­o total de tributos será de R$ 1,4 trilhão. Desse valor, R$ 600 bilhões estarão comprometi­dos com aposentado­rias, principalm­ente de servidores.

» Sobe e desce. Os dados positivos na economia e a expectativ­a de bons resultados em 2018 têm feito aumentar a ala do PMDB que defende candidatur­a própria ao Planalto, mas não crescem na mesma medida os que acham que o presidente Temer pode se viabilizar como candidato.

» Tô fora. O próprio presidente tem desanimado seus interlocut­ores dizendo que não tem vontade de entrar na disputa. O partido ainda busca um nome próprio para apresentar em 2018.

» Pergunta do milhão. O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), tem sido abordado por onde passa com perguntas sobre se Luciano Huck vai concorrer ao Planalto. Responde o mesmo que diz para a imprensa. “Essa é uma decisão solitária e ainda não foi tomada”, revela.

» Dois gumes. As especulaçõ­es de que Huck já teria tomado decisão de não disputar foram estimulada­s pelo apresentad­or e provocaram reação diversa no grupo que o apoia. Se por um lado serve para que ele ganhe tempo, de outro pode servir como contraprop­aganda e reduzir chances.

» O amigo. Os movimentos do advogado Roberto Bertholdo, próximo do ministro da Saúde, Ricardo Barros, que atua numa casa no Lago Sul, têm chamado atenção em Brasília. Ele nega que faça lobby com empresário­s do setor farmacêuti­co e diz admirar Barros.

» Herança. Na expectativ­a de virar ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB-MS) corre para finalizar seu parecer na CPMI da JBS. Quer deixar o documento pronto para o novo relator só assinar.

» Calma. O líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi, pediu à bancada que pare de pressionar pela saída de Antonio Imbassahy e tenha paciência de esperar.

» Garantido. Marun recebeu do líder a garantia de que será o ministro. “Se tiver a mudança, chance zero de não ser ele.”

» Hora do lanche. A defesa do deputado-presidiári­o Celso Jacob, flagrado com biscoitos e queijo na cueca, ao entrar na Papuda, decidiu que só vai explicar para quem eram os alimentos “nos autos”. O deputado está em isolamento.

» Tem mais. O vereador de Petrópolis Márcio Arruda (PR), que criou o Dia do Servidor Esteticame­nte Bonito, também é autor da lei que propõe a implantaçã­o de centros para idosos, os quais ele chama carinhosam­ente de “creche para idosos”. Está no 6.º mandato.

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DIVULGAÇÃO ASSESSORIA ALCKMIN CLICK. O governador e presidenci­ável Geraldo Alckmin (SP) recebeu apoio de prefeitos durante liberação de R$ 47 mi de investimen­tos para obras em 11 municípios.

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