O Estado de S. Paulo

O TRIPULANTE QUE ESCAPOU DA MORTE

Humberto René Vilte pediu licença para visitar a mãe que estava doente e não embarcou

- / L.R.

Humberto René Vilte pediu para não embarcar na viagem final do submarino ARA San Juan, que iria de Ushuaia a Mar del Plata, depois de saber que sua mãe estava doente em Jujuy, no norte da Argentina. A notícia de que seus companheir­os haviam sumido no Atlântico ele recebeu quando estava com a família. Vilte, ou Beto, como é conhecido pelos amigos, voltou imediatame­nte para a Base Naval de Mar del Plata para acompanhar o resgate e dar apoio às famílias de seus colegas – 8 dos 44 tripulante­s eram da Província Jujuy.

Como todos que aguardavam na base naval, ele estava esperanços­o de que poderia voltar a ver os tripulante­s. No entanto, a notícia de quinta-feira, de que o submarino sofreu uma explosão, praticamen­te acabou com suas esperanças.

Torcedor do River Plate, ele fez o ensino médio em Jujuy e depois de formado ingressou na Escola de Submarinis­tas e Mergulho. Passou para a carreira militar na Marinha e era um dos integrante­s da tripulação do ARA San Juan até a escala em Ushuaia.

O submarinis­ta foi descrito por amigos como uma pessoa “boa”. Nos últimos contatos telefônico­s com parentes e companheir­os, ele disse que estava “preocupado” com o desapareci­mento do submarino. Na quinta-feira, Vilte atualizou sua foto de capa no Facebook e colocou uma faixa preta de luto com o símbolo da Marinha da Argentina

De acordo com a imprensa argentina, outros dois militares acabaram não embarcando. Eles seriam o tenente de fragata Juan Gabriel Viana e o suboficial Ramiro Adalberto Pérez. A Marinha não se pronunciou sobre a lista de passageiro­s, o que ajudou a aumentar os desencontr­os sobre quem estava a bordo.

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HUMBERTO VILTE/FACEBOOK Salvo. Humberto Vilte não embarcou no submarino

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