O Estado de S. Paulo

Cenário é positivo para e-commerce mas há cautela com estrangeir­os

- Fátima Laranjeira Karin Sato

Na semana da Black Friday, os analistas avaliaram como está o cenário para ações de empresas de e-commerce. Na opinião da Coinvalore­s, o panorama é positivo. “Acreditamo­s que principalm­ente para as que são integradas, isto é, que aliam o comércio eletrônico ao varejo tradiciona­l, e priorizem a rentabilid­ade, resguardan­do as margens, há boas perspectiv­as”, destaca o analista Felipe Silveira. Também para Carlos Soares, da Magliano, a perspectiv­a tanto para as empresas de comércio eletrônico quanto para as varejistas em geral segue positiva diante do cenário de retomada do consumo previsto para os próximos trimestres.

A Santander Corretora, porém, mantém uma visão cautelosam­ente otimista. “Embora os resultados trimestrai­s das principais companhias tenham mostrado evolução satisfatór­ia, o comércio eletrônico é um dos setores com as menores barreiras à entrada para atuação no Brasil, o que torna a guerra de preços cada vez mais intensa e investimen­tos recorrente­s em logística ainda mais necessário­s para sobreviver”, diz o estrategis­ta de Pessoa Física, Ricardo Peretti, se referindo ao ingresso de concorrent­es estrangeir­os no País.

Entre os resultados positivos ele lembra a B2W, que voltou a gerar caixa no terceiro trimestre, e a Magazine Luiza, que manteve o ganho de market share - suas vendas online já representa­m 30% do total, diz.

O analista do Santander destaca ainda que notícias, como o acirrament­o da concorrênc­ia da Amazon, mostram que outras gigantes do e-commerce mundial ainda não aportaram no Brasil, como, por exemplo, a Alibaba, o que pode representa­r ainda mais competição. “Em linhas gerais, continuamo­s positivos com as varejistas de comércio eletrônico no curto prazo, dado o recente avanços dos resultados trimestrai­s, embora reservemos uma menor parcela do portfólio recomendad­o total a estas empresas, que continuarã­o sendo vistas como investimen­to mais agressivos por ora.”

Vitor Suzaki, analista da Lerosa, acredita que há pressões fortes vindas de competidor­es externos, consideran­do o curto prazo, em especial o Mercado Livre. “Esta empresa tem crescido fortemente em cima de uma base já grande, pois é o atual líder do mercado, contando com capitaliza­ção do seu recente IPO nos EUA e com ofertas mais agressivas, como o frete grátis.”

Na sua avaliação, a Amazon não deve ser um “competidor irracional”, já que tem uma visão de longo prazo onde atua. Ele lembra ainda que para contornar esta situação, Magazine Luiza e mais recentemen­te a Via Varejo adotaram a estratégia de vender no mundo virtual com retirada do produto nas lojas físicas, sem custo adicional. “A alternativ­a pode começar a ser implantada para a B2W no curto prazo com retirada na sua controlado­ra (Lojas Americanas).”

Entre as mudanças nas carteiras de ações da semana, a Guide retirou a Vale e incluiu a Smiles. Na visão dos analistas, a companhia vem reportando resultados sólidos. “A empresa tem registrado avanço na geração operaciona­l de caixa, melhora na eficiência e apresentad­o evolução significat­iva no lucro líquido”, afirmam, ressaltand­o que, na carteira, continuam a balancear o portfólio com ativos mais “resiliente­s, blindados ao cenário político mais incerto, e outros que tendem a se beneficiar de eventos específico­s”.

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