O Estado de S. Paulo

Entre a não agressão e a aliança com PMDB

- Pedro Venceslau

Ao assumir a presidênci­a do PSDB no próximo dia 9, o governador Geraldo Alckmin vai colocar à prova seu estilo conciliado­r: ser coerente com o discurso de independên­cia do partido em relação a Michel Temer, mas sem se afastar do PMDB a ponto de que não haja mais volta. Na declaração contundent­e ao Programa 90 Minutos, da Rádio Bandeirant­es, quando disse que o PSDB vai desembarca­r do governo Temer se assumir o comando nacional do partido, o tucano buscou trazer a legenda “de volta para sua órbita própria”.

Se não é exatamente uma novidade o fato de ele pregar que não é preciso ter cargos na Esplanada dos Ministério­s para defender questões programáti­cas, como as reformas, o tom de Alckmin desta vez foi outro. Segundo auxiliares diretos, o governador quis com esse gesto emitir um sinal à militância do PSDB e à corrente que faz oposição a Temer: o partido não estará mais a reboque do governo federal.

Isso não significa, porém, um rompimento. No Palácio dos Bandeirant­es, o cenário traçado para a eleição apresenta variáveis que vão de um pacto de “não agressão” a Temer até uma aliança propriamen­te dita com o PMDB – que daria ao tucano enorme vantagem no horário eleitoral na TV. Aliados observam que Alckmin mantém uma relação próxima a Romero Jucá. O que é improvável, dizem os alckmistas, é que o governador seja um defensor ardoroso de Temer.

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