O Estado de S. Paulo

3 PERGUNTAS PARA...

- Elena Landau, economista e ex-diretora do BNDES

1. O que a senhora achou do documento com as diretrizes do programa do PSDB?

Quando cheguei na frase “nem Estado mínimo, nem máximo, Estado musculoso”, quase parei ali. Não é possível um documento dessa responsabi­lidade com uma frase dessa. Não acreditei. É cheio de platitudes, um discurso velho. Como pode um partido cuja a marca é a qualidade dos seus quadros técnicos e economista­s apresentar um trabalho tão fraco como esse? Eu, Edmar (Bacha) e Persio (Arida) acabamos de fazer um manifesto com muito mais ideias de debate para o futuro. Esse documento é uma coisa atrasada.

2. Houve uma consulta prévia do Instituto Teotônio Vilela aos economista­s ligados ao partido?

Ninguém foi ouvido. Nenhum de nós, economista­s do partido, sabíamos que esse documento estava sendo feito. É um documento do José Aníbal (presidente do instituto). Ponto. Não traz nenhuma novidade e proposição.

3. Esperava que o PSDB fizesse um debate mais ampliado e cuidadoso nesse momento delicado que vive o partido?

Cansei de esperar alguma coisa. A gente esperava uma refundação, não veio. A gente espera uma posição firme sobre a reforma da Previdênci­a, que é uma coisa básica de qualquer governo, não veio. Aparenteme­nte o Instituto Teotônio Vilela fez uma série de seminários, mas nenhum dos quadros históricos do partido foi convidado. Para que um documento desse em uma hora dessa? Vai ter uma convenção no dia 9 para debater o futuro do partido. E para que entregar ao presidente Michel Temer? Isso é discutido para dentro.

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