Desafio de Rui Costa foi começar do zero
‘Não chegamos para continuar um projeto em Chapecó, mas para substituir quem tinha morrido no acidente’
Há um ano, o mundo chorava a morte de 71 pessoas no acidente com a delegação da Chapecoense. Dias depois, era necessário dar início à reconstrução do clube catarinense. Era preciso continuar. Coube ao diretor executivo Rui Costa uma das missões mais delicadas do futebol brasileiro, a de remontar o time em meio à tragédia.
Rui lembra que o maior desafio foi superar a desconfiança. “Não chegamos para continuar um projeto, mas para substituir alguém que morreu. É pior. Tudo que a gente fazia lembrava alguém que tinha morrido no avião”, diz o cartola ao Estado.
Saber dosar a emoção pela tragédia ainda sentida com o profissionalismo necessário foi fundamental para reconstruir um elenco do zero, ser campeão catarinense e continuar competitivo no ano.
“Não quis apelar para o lado sentimental. Fomos pela linha da reconstrução e de lembrar os jogadores que eles teriam uma visibilidade mundial neste ano, pois todos estavam olhando para Chapecó e para a Chapecoense”, conta Rui. Pelo cenário encontrado ao chegar, imaginar que, um ano após a tragédia, o time poderia comemorar o título estadual e permanência na Série A do Brasileiro parecia utopia.
Para 2018, a ordem é crescer e se fortalecer ainda mais. “Vão passar a respeitar a Chape como um concorrente na disputa por títulos. Queremos ser respeitados pelo trabalho, e não ganhar nada de presente”, diz o dirigente.