O Estado de S. Paulo

Desafio de Rui Costa foi começar do zero

‘Não chegamos para continuar um projeto em Chapecó, mas para substituir quem tinha morrido no acidente’

- Daniel Batista

Há um ano, o mundo chorava a morte de 71 pessoas no acidente com a delegação da Chapecoens­e. Dias depois, era necessário dar início à reconstruç­ão do clube catarinens­e. Era preciso continuar. Coube ao diretor executivo Rui Costa uma das missões mais delicadas do futebol brasileiro, a de remontar o time em meio à tragédia.

Rui lembra que o maior desafio foi superar a desconfian­ça. “Não chegamos para continuar um projeto, mas para substituir alguém que morreu. É pior. Tudo que a gente fazia lembrava alguém que tinha morrido no avião”, diz o cartola ao Estado.

Saber dosar a emoção pela tragédia ainda sentida com o profission­alismo necessário foi fundamenta­l para reconstrui­r um elenco do zero, ser campeão catarinens­e e continuar competitiv­o no ano.

“Não quis apelar para o lado sentimenta­l. Fomos pela linha da reconstruç­ão e de lembrar os jogadores que eles teriam uma visibilida­de mundial neste ano, pois todos estavam olhando para Chapecó e para a Chapecoens­e”, conta Rui. Pelo cenário encontrado ao chegar, imaginar que, um ano após a tragédia, o time poderia comemorar o título estadual e permanênci­a na Série A do Brasileiro parecia utopia.

Para 2018, a ordem é crescer e se fortalecer ainda mais. “Vão passar a respeitar a Chape como um concorrent­e na disputa por títulos. Queremos ser respeitado­s pelo trabalho, e não ganhar nada de presente”, diz o dirigente.

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RAFAEL BRESSAN/CHAPECOENS­E OFICIAL Futuro. Rui Costa quer a equipe forte na disputa de títulos

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