Ex-executivo da Globo é acusado
O ex-funcionário da empresa argentina Torneos y Competencias (TyC) José Eladio Rodríguez, testemunha de acusação no julgamento do ex-presidente da CBF José Maria Marin, apresentou ontem no Tribunal do Brooklin, em Nova York, planilhas que registram pagamento de US$ 1 milhão ao ex-executivo da Rede Globo, Marcelo Campos Pinto. O atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, também é citado.
Campos Pinto negociou a compra de direitos de transmissão para o Grupo Globo até o final de 2015. Ele seria o “MCP’’ que consta na planilha de pagamentos ilegais da TyC. O pagamento teria ocorrido em 2013.
O ex-executivo da Globo não foi localizado. A empresa divulgou nota em que “esclarece que nunca teve conhecimento de tal pagamento. Caso tal pagamento tenha ocorrido, foi, evidentemente, contrário aos interesses da empresa. O Grupo Globo reafirma que não tolera nem paga propina’’.
Del Nero seria identificado na planilha como “MP”. Os advogados de Marin tentam convencer o júri de que era ele quem recebia propinas e não o ex-presidente da CBF. Um deles, James Mitchell, mostrou documentos com referência a pagamento de US$ 900 mil feito a “brasileiro’’ e outro pagamento a ser feito no valor US$ 2 milhões pela Copa América de 2015 – US$ 1 milhão teria sido pago. Segundo Eladio, “brasileiro’’ era o termo usado para definir os presidentes da CBF.
Em nota, Del Nero, que assumiu em 2015, nega as acusações e considera o depoimento de Eladio “contraditório, confuso e inverossímil, eis que afirma sequer saber quem era o presidente da CBF à época dos fatos’’.