O Estado de S. Paulo

PILOTO TRICOLOR FAZ O MELHOR VOO DA VIDA

Bruno Pacheco traz a taça na cabine de avião da Azul

- Gonçalo Junior

Opiloto de aviação comercial Bruno Pacheco assistiu à final da Libertador­es em sua casa, em Porto Alegre. Ele já sabia que a companhia em que trabalha, a Azul, havia feito um fretamento para levar e trazer a equipe gremista. Quando o título foi confirmado, ele não pensou duas vezes e pediu para trabalhar trazendo os tricampeõe­s para casa.

“Sou torcedor fanático e pedi para trocar com o comandante que faria o voo. Essa foi a melhor troca de escala que fiz na minha vida”, diz o piloto de 34 anos ao Estado.

Bruno conta que foi o Grêmio que definiu sua profissão. Ele é filho do dirigente Cesar Augusto Pacheco, que ocupou diversas funções no time gaúcho até o cargo de diretor de futebol em 1995, o ano da última conquista do time na Libertador­es.

Depois da escola, ele passava as tardes vendo os treinos do time. Virou amigo dos jogadores, comissão técnica e todo mundo. Ele se sentia tão bem naquele ambiente que começou a viajar com o time para baixo e para cima. Literalmen­te. “Meu pai me conta que foi a partir daí que surgiu o interesse pela aviação. Graças ao Grêmio, eu me torneio piloto”, conta o aviador, que trabalha na companhia desde 2011.

No voo 9503, de Buenos Aires a Porto Alegre, a taça da Libertador­es ficou boa parte do tempo na cabine de comando. Antes da decolagem, os jogadores Edílson, Kannemann e Maicon fizeram questão de visitar o local e recebeu um abraço do comandante gremista. “Foi uma experiênci­a indescrití­vel. Senti um peso maior. Eram os jogadores campeões que estavam ali, os melhores das Américas”.

O piloto não estava sozinho, toda a tripulação, formada por cinco pessoas, era gremista. Na hora do voo, o piloto teve de separar emoção da conquista de um título dos protocolos do plano de voo. “Quando entrei no avião e iniciei os procedimen­tos, guardei aquela adrenalina para depois do pouso. Não tive problemas com isso. Mesmo assim, consegui curtir o momento de ter a taça e os campeões no voo que eu conduzi. Esse dia vai ficar na minha memória”.

Bruno Pacheco PILOTO DE AVIAÇÃO COMERCIAL ‘Quando entrei no avião e iniciei os procedimen­tos, guardei aquela adrenalina para depois do pouso. Esse dia vai ficar na memória’

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BRUNO PACHECO A taça. O copiloto Pedro Raposo e o piloto Bruno Pacheco

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