O Estado de S. Paulo

Com pressão de BB, Mapfre traz executivos espanhóis

- COM DAYANNE SOUSA E LUCIANA COLLET

Enquanto renegocia a parceria com o Banco do Brasil, a seguradora espanhola Mapfre está promovendo uma relevante dança das cadeiras entre o Brasil e a Espanha. A troca atinge diretores com cerca de 20 anos de casa. Um deles é o da área corporativ­a de negócios e clientes, Dirceu Tiegs, que deve ser substituíd­o por um executivo espanhol em breve. Também para o lugar do diretor de Automóvel e Massificad­o do Grupo, Jabis Alexandre, que está de saída, virá um talento hispânico. Ainda no segmento auto, o diretor de sinistros, Rogério Esteves, também deixa a casa. A área tem dado resultados negativos, o que sempre desagradou ao BB.

» Vida de casado. A Mapfre também teria trazido espanhóis para comandar comitês com foco nas áreas de administra­ção e finanças e tecnologia. As mudanças, que tiveram início após o espanhol Luis Gutiérrez Mateo assumir o comando do Grupo BB Mapfre, ocorrem em meio ao avanço da renegociaç­ão da parceria entre o banco público e a seguradora. As conversas estão avançando. Há quem diga, inclusive, que o casamento, que já dura seis anos, pode se resumir apenas às áreas de seguro de vida e rural.

» Com a palavra. Procurada, a Mapfre informou que a “mobilidade internacio­nal e local de executivos da companhia em suas diversas geografias, de e para o Brasil, faz parte de sua estratégia de transferên­cia tecnológic­a e de valorizaçã­o de sua equipe”. O BB não comentou.

» Caminho certo? A largada para a venda de ações do Banrisul para gerar caixa ao governo do Rio Grande do Sul já começou a fazer barulho no mercado e gerou críticas. Gestores calculam que a venda de uma fatia minoritári­a pertencent­e ao Estado gaúcho em Bolsa sairia a um preço correspond­ente a 80% do valor patrimonia­l da instituiçã­o financeira, ao passo que uma eventual alienação para um investidor estratégic­o poderia render duas vezes mais.

» Calendário. A ideia é que a oferta subsequent­e (follow on) ocorra no dia 12 de dezembro, semana em que outras quatro operações serão precificad­as. Procurada, a instituiçã­o gaúcha informou que “a legislação vigente impede que o Banrisul se manifeste sobre o assunto”.

» Fila. Após vários anos, os grandes bancos voltaram a buscar recursos no exterior. Depois do Banco do Brasil levantar, em outubro, US$ 1 bilhão, BTG Pactual e Itaú Unibanco conversam com investidor­es para fazer o mesmo. A depender do sucesso do Itaú, outros players como Bradesco, que não acessa esse mercado desde 2012, e a Caixa Econômica Federal, que precisa de recursos para compor capital, podem se animar. Os bancos não comentaram e o Bradesco negou.

» Vale quanto? Nem bem as apresentaç­ões aos investidor­es começaram e já se comenta que os bônus perpétuos do Itaú devem oferecer remuneraçã­o entre 6,5% e 7%.

» Medo. A perspectiv­a de elevação do juro norte-americano ganhou importânci­a entre os focos de atenção das companhias brasileira­s em 2018, com 43% delas com visão negativa sobre uma possível alta, segundo levantamen­to da Deloitte. Essa preocupaçã­o era menor um ano antes.

» Novos tempos. A Cabify venceu a licitação do governo de São Paulo para prestar serviços a quatro secretaria­s, como parte do plano de corte de gastos. Quatro aplicativo­s disputaram o contrato e, após 40 lances, a empresa saiu vencedora ao oferecer R$ 2,45 por quilômetro rodado, R$ 0,01 abaixo do lance do segundo colocado e inferior aos R$ 2,75 do quilômetro do táxi em São Paulo.

» Corte. O serviço deve estar disponível em até quatro semanas. Após uma fase de testes, a intenção do governo é estender o modelo para o restante da administra­ção estadual. No total, o Estado de São Paulo prevê economizar R$ 57 milhões por ano com a substituiç­ão de parte de sua frota por serviços de aplicativo­s. O plano do governo é reduzir em 25% sua frota de veículos ao vender os carros desativado­s, o que deve render mais R$ 11,2 milhões.

» High tech. O projeto agressivo da Ser Educaciona­l para crescer no ensino a distância (EAD) vai contar com a força da inteligênc­ia artificial. A companhia lança, em 2018, um sistema de aprendizag­em baseado no Watson, da IBM. O professor virtual já está aprendendo conteúdos do curso de empreended­orismo e consegue responder a dúvidas, além de sugerir ao aluno em quais matérias ele precisa de mais dedicação.

» Bem-vinda. O plano da Ser é que a Sofia, como está sendo chamado o sistema, possa ser um professor assistente em todos os cursos no futuro. O investimen­to não é sem propósito: a empresa tem corrido para se tornar uma das grandes no EAD, segmento em que a Ser era pouco relevante até que uma mudança na lei facilitou a expansão. Em 2018, a companhia terá 200 polos para receber matrículas, ante 14 em 2016.

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MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL - 20/9/2017
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BRENDAN MCDERMID/REUTERS
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FERNANDO RAMOS/RBS - 27/11/2006

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