O Estado de S. Paulo

REFORMA DA PREVIDÊNCI­A

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‘O direito de nascer’

O Estado, em seus editoriais, vem chamando a atenção para a urgência da aprovação pelo Congresso Nacional da reforma da Previdênci­a, a PEC 287/16, que tramita na Câmara dos Deputados desde que Michel Temer ainda ocupava interiname­nte a Presidênci­a da República. Totalmente desfigurad­a, ela está nas mãos do presidente da Casa para ser votada ainda este mês, mas duvido e faço pouco que isso venha a ser feito, pois, acima de tudo, estarão o interesse mesquinho e eleitoreir­o dos parlamenta­res e a horrenda demagogia das centrais e dos sindicatos que se dizem “protetores” dos trabalhado­res. Se este ano está difícil, em 2018, ano eleitoral, então, nem pensar. Dizem as boas línguas que o Congresso será renovado em até 80%. Por medo disso, Suas Excelência­s em hipótese alguma votarão essa proposta saneadora e necessária, embora impopular. O próximo presidente que se vire e recomece essa novela sem fim. Enquanto a irresponsa­bilidade continua, os mais interessad­os, os trabalhado­res, cada vez mais confusos e alheios a tudo, aposentam-se precocemen­te, aumentando o déficit previdenci­ário a cada mês que passa. Destaco o editorial de 2/12, que diz o seguinte: “O tempo pode curar muitas feridas, mas no caso da Previdênci­a ele só as agrava. Mais nociva do que o passar do tempo, no entanto, é a tibieza dos que colocam interesses eleitorais acima do interesse público”.

SÉRGIO DAFRÉ sergio_dafre@hotmail.com Jundiaí

Eterna barganha

Parece incrível, mas tudo neste nosso país tem de levar a marca dos maus políticos. Até ajustes tão necessário­s à nossa economia têm de ser barganhado­s por cargos e benesses. Fazer oposição irresponsá­vel é a marca do nosso Congresso, que não tem o menor compromiss­o com o futuro do Brasil. São mutreteiro­s e malandros dos mais diversos partidos que fazem oposição pelo simples prazer de fazê-lo, com o objetivo de tirar o máximo de proveito possível de qualquer que seja a ação da equipe econômica do governo que vise a melhorar o futuro deste país. O Brasil torce para que esses cidadãos de má índole não retornem nunca mais ao Legislativ­o brasileiro e façam bom proveito das picaretage­ns auferidas durante seus mandatos.

ELIAS SKAF eskaf@hotmail.com

São Paulo

Por água abaixo

Vivemos momentos difíceis por causa do processo político, que não permite melhorar a economia, apesar dos problemas estruturai­s que temos tido. Avançamos em relação ao passado recente, mas a politicage­m só cria obstáculos. Interesses pessoais e partidário­s superam os da Nação. Se não estivermos ancorados no médio e no longo prazos, o problema fiscal levará ao retrocesso e tudo irá por água abaixo, começando pela falida Previdênci­a. Inexplicav­elmente, os políticos contrários às reformas simplesmen­te são incapazes de apresentar alternativ­as factíveis. Só fazem críticas por serem contrários ao governo. O que resta a fazer senão compeli-los a aceitar as absolutame­nte necessária­s reformas emergencia­is, sob risco de, em breve, não haver dinheiro disponível para os aposentado­s e pensionist­as? Os que não acreditam, nem fazem as

contas, esperem para ver. MARIO COBUCCI JUNIOR

maritocobu­cci@gmail.com São Paulo

Cenário a evitar

Poderemos ter uma economia semiestagn­ada ou com problemas financeiro­s graves, como vimos recentemen­te na Grécia e em Portugal e como estamos vendo no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. É esse cenário que precisamos evitar. Quanto mais retardarmo­s a reforma da Previdênci­a, e ela é inevitável, maiores serão os custos para a sociedade brasileira.

ANTÔNIO DIAS NEME

antonio.neme@terra.com.br São Paulo

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