O Estado de S. Paulo

Sócios da Odebrecht são presos no Peru

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O juiz Richard Concepción determinou ontem a prisão por 18 meses de quatro empresário­s de construtor­as peruanas que se associaram à empreiteir­a brasileira Norberto Odebrecht e coordenara­m subornos para o ex-presidente Alejandro Toledo para ganhar a licitação de uma rodovia que une o Brasil ao Peru.

Concepción determinou a prisão preventiva de José Graña, Hernando Graña, Fernando Camet e José Castillo, que se entregaram ontem.

Foi determinad­a ainda a prisão domiciliar de Gonzalo Ferraro Rey, que está internado em uma clínica local, segundo sua defesa. O promotor do caso, Hamilton Castro, acusou os cinco empresário­s de tramar com a Odebrecht o pagamento de propina para Toledo em troca da licitação da Rodovia Interoceân­ica.

Castro argumenta que as construtor­as peruanas Graña & Montero, JJ Camet Contratist­as Generales e ICCGSA – as mais importante­s do país – deram mais de US$ 15 milhões, de um total de US$ 20 milhões recebidos pelo ex-presidente. O promotor acusa os empresário­s de conluio e lavagem de dinheiro. José Graña é acionista do jornal El Comercio, o principal do país. A defesa dos empresário­s afirmou que eles são inocentes e apelou da decisão judicial.

O juiz é o mesmo que determinou a prisão de Toledo, que está nos EUA e tem pendente um pedido de extradição da Justiça peruana. Representa­nte da Odebrecht no Peru, Jorge Barata, afirmou à Promotoria que as construtor­as peruanas conheciam e assumiram parte do suborno do ex-presidente.

As acusações por corrupção já atingiram todos os ex-presidente­s do Peru de 2001 a 2016 e agora começam a afetar a classe empresaria­l. Além de Toledo, Alan García (2006-2011) é investigad­o por suborno e Ollanta Humala (2011-2016) está em prisão provisória por 18 meses. Também são investigad­as a exprefeita de Lima Susana Villarán e a principal líder da oposição, Keiko Fujimori.

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