O Estado de S. Paulo

Sochi quer treinos abertos da seleção

Sorteio tirou chance de a cidade receber um jogo do Brasil, mas autoridade­s querem que população tenha acesso ao time

- Jamil Chade ENVIADO ESPECIAL / SOCHI

Sem contar com jogos da seleção brasileira, as autoridade­s de Sochi querem que o time de Tite realize treinos abertos para a população. A prefeitura e organizado­res locais da cidade na fronteira do Cáucaso vão estender o tapete vermelho para a CBF, a partir de junho. Mas esperam que o gesto seja retribuído.

O Estado apurou que o governo russo está gastando ¤ 2,2 milhões (R$ 8,4 milhões) para preparar o terreno que vai receber a seleção e a opção de dar preferênci­a ao Brasil vinha da esperança de que, se jogasse na cidade, seria garantia de que o estádio receberia bom público.

Sochi foi beneficiad­a por receber um dos jogos mais esperados da Copa – Portugal x Espanha, em 15 de junho. No dia 23 jogam Alemanha x Suécia. Mas após isso, recebe Bélgica x Panamá e Austrália e Peru, dois jogos que dificilmen­te terão casa lotada. Depois, serão apenas mais dois confrontos nas oitavas e quartas de finais. A esperança, portanto, era de que o Brasil lotasse o estádio e a cidade.

“Esperamos que o Brasil faça pelo menos um treino aberto para a população de Sochi”, disse ao Estado o secretário de Esportes da cidade e vice-prefeito, Sergey Yurchenko. Ele lembrou que, ao longo dos últimos meses, “muitas seleções tentaram ficar em Sochi”. Mesmo apontando que a negociação sobre o Brasil não passou pela prefeitura, ele admite que houve uma decisão acertada de abrir espaço para o time de Tite quando ficou claro que o Brasil estava interessad­o na região.

Segundo o vice-prefeito, um dos objetivos de Sochi com o Brasil é o de despertar o interesse da população local pelo futebol. Apesar de ser um dos principais centros de competiçõe­s do país, a cidade não conta com um time de futebol nas primeiras divisões russas.

Após a realização do sorteio, houve um temor da cidade de que o Brasil abandonass­e Sochi. Mas Tite optou por permanecer no local, pelo menos na primeira fase. Depois, para evitar ter de viajar mais 19 mil quilômetro­s até chegar a uma eventual final, a CBF já estuda alternativ­as para o período depois da fase de grupos.

O coordenado­r Edu Gaspar deixou claro que não irá confinar a seleção, mas alertou que não aceitará uma repetição da experiênci­a da Copa de 2006, quando a preparação do Brasil na cidade suíça de Weggis se transformo­u em duas semanas de festas e promoções comerciais da CBF para atender aos interesses dos dirigentes.

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CBF Visita. Tite e Edu Gaspar conhecem local onde Brasil treinará

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