O Estado de S. Paulo

Empresas estatais só investem 37,4% do programado

Previsão era que em 2017 investimen­to das empresas do governo seria de R$ 91 bi

- Eduardo Rodrigues / BRASÍLIA

As empresas estatais federais brasileira­s investiram até setembro apenas 37,4% dos R$ 91,5 bilhões programado­s para este ano, de acordo com o Boletim das Empresas Estatais referente ao terceiro trimestre de 2017, divulgado ontem pelo Ministério do Planejamen­to.

“A Petrobrás e a Eletrobrás, que são as principais responsáve­is pelos investimen­tos, estão em processo de reestrutur­ação. Então era esperado que os investimen­tos caíssem. O fundamenta­l agora é desalavanc­ar essas empresas, ou seja, reduzir as suas dívidas”, avaliou o secretário de Coordenaçã­o e Governança das Empresas Estatais do Ministério do Planejamen­to, Fernando Soares.

A Petrobrás, porém, foi a que registrou maior parcela de investimen­tos. Executou pouco mais de 40% dos investimen­tos que foram programado; estatais do setor financeiro, 26,7%; e Eletrobrás, 23,4%.

Soares mostrou que o endividame­nto das empresas estatais federais, que chegou a R$ 544 bilhões em 2015, caiu para R$ 437 bilhões em 2016 e estava em R$ 409 bilhões até setembro deste ano. “O endividame­nto já caiu em cerca de 25%, o que é positivo”, considerou Soares.

O secretário também destacou a melhora do resultado das companhias. Em 2015, as estatais federais tiveram um prejuízo de R$ 32,024 bilhões, que foi revertido em um lucro de R$ 4,597 bilhões no ano passado. E, até setembro deste ano, a lucrativid­ade das maiores empresas federais (como Petrobrás, Eletrobrás, Banco do Brasil e BNDES - que apresentam balanços trimestrai­s) já chegava a R$ 23,2 bilhões.

Empregados. O boletim mostra ainda que o número de empregados nas estatais federais caiu de 533.188 para 506.852 entre o fim de 2016 e setembro deste ano. “Tivemos uma queda de mais de 26 mil empregados neste ano e voltamos para o patamar de 2011. Vamos acabar o ano com menos de 500.000 funcionári­os nessas empresas. Mas é importante lembrar que o nosso programa de desligamen­to (PDV) é voluntário”, acrescento­u Soares.

Do orçamento de R$ 1,3 trilhão para as estatais em 2017, 73% foi executado nos nove primeiros meses do ano. No fim de setembro, havia 149 estatais federais, sendo 101 de controle indireto e 48 de controle direto. No terceiro trimestre deste ano, houve redução de uma estatal, com a saída da Indústria Carboquími­ca Catarinens­e (ICC) que era uma subsidiári­a da Petrobrás.

“Vamos reduzir ainda mais (o número de estatais) em 2018. A ideia é reduzir essa quantidade mais um pouco", afirmou Soares, sem detalhar quais empresas serão desestatiz­adas. “O ajustament­o do Estado passa pela redução do número de estatais. A ideia por exemplo, é que a Petrobrás se mova para as áreas foco de exploração e refino, mas pensamos em fazer reduções de subsidiári­as de outras empresas”, completou o secretário.

“Vamos reduzir ainda mais (o número de estatais) em 2018.”

“O ajustament­o do Estado passa pela redução do número de estatais.” Fernando Soares

SECRETÁRIO DE COORDENAÇíO E

GOVERNANÇA DAS EMPRESAS ESTATAIS

DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMEN­TO

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